tag:blogger.com,1999:blog-43044853476229677312024-02-06T20:48:20.034-08:00BACANAL - O Canal dos BacantesMARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.comBlogger497125tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-11761746904467153262015-11-23T07:10:00.002-08:002015-11-23T07:40:50.122-08:00BÁRBARAS<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnh6D4-wHWneK4Qkm8JL9RQqPbwJoywe2kKWenfMn1Q6u3-i-_q0DrZh9ufawdeAfr8WJ9vB0tJ3p6bQmTzPiQ8RCOub7U0Ecce74h1Y0CXCssYKLYgJX1Yi_dmR6S6CJ1X1Dak9O6ufY/s1600/614454_475703689120782_1714783395_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnh6D4-wHWneK4Qkm8JL9RQqPbwJoywe2kKWenfMn1Q6u3-i-_q0DrZh9ufawdeAfr8WJ9vB0tJ3p6bQmTzPiQ8RCOub7U0Ecce74h1Y0CXCssYKLYgJX1Yi_dmR6S6CJ1X1Dak9O6ufY/s320/614454_475703689120782_1714783395_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="line-height: 14.5px;">Poetisa Bárbara Leite sendo ela mesma.</span></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<br />
Poetisas são meninas<br />
mulheres<br />
velhas<br />
árvores que escrevem<br />
nas rugas do próprio tronco.<br />
Pitonisas ciganas<br />
do amanhã<br />
que o ontem conhecem<br />
como um antigo amor.<br />
Poetisas são<br />
a Rosa do Pequeno Príncipe,<br />
Pandora<br />
Cora<br />
Cecília<br />
Bárbaras!<br />
Que manam leite e mel.<br />
<br />
<br /></div>
</div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-30051407332819271912015-11-19T16:35:00.000-08:002015-11-19T18:34:11.716-08:00CANDELÁRIO<div style="text-align: justify;">
Candelário sempre fora um tanto tímido e recluso. Desde cedo seus melhores amigos foram os livros. Na Universidade (formou-se em Letras) conseguiu criar o círculo de amigos que nunca tivera na infância e adolescência. Os amigos o admiravam muito e o tinham quase como um <i>guru. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
Não fosse o hábito de ir à biblioteca pública todos os dias ao fim da tarde, não teria conhecido Eliodora, sua esposa. Ela começou lhe oferecendo um café, depois uns biscoitos, um bolinho feito pela mãe, comentou autores e livros de sua preferência, até o assunto chegar na poesia e ele a lhe recitar os poemas que em horas vagas escrevia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Do primeiro café, até os primeiros poemas foram seis meses. Os outros quatro meses foram de amizade. Os seis meses seguintes, de namoro consentido. O noivado durou pouco mais de um mês, porque a noiva não quis esperar mais.<br />
Casaram-se e tiveram seis filhos. Que até a altura em que estou narrando, lhes deram dezesseis netos. Destes, quatro atrapalham sua leitura na biblioteca, após o jantar em família, para celebrar o recém noivado da filha mais nova.</div>
<div style="text-align: justify;">
Feliz e avô, Candelário conversa com seus netos:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Vovô, quando vai ser o fim do mundo? _pergunta Eliandra, de 12 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não se sabe o dia nem a hora, minha andorinha. Isso só Deus sabe. Não se aflija com essas coisas. Viva bem sua vida e seja feliz. Pessoas felizes são boas e pessoas boas vão pro Céu.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Vovô, é verdade que a Alemanha e a Inglaterra vão entrar em guerra? _indaga Zé Roberto, de 11 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Ninguém sabe direito, meu filho. Guerras não começam da noite pro dia. Penso que ainda está longe disso. Mas não se aflija, isso acontece na Europa muito longe de nós. Aproveite a vida e realize seus sonhos, pois vivemos em paz e há tempo para você fazer isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Vovô, como é o Céu? Pra onde a gente vai quando morrer? _investiga Pedrinho, de sete anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
_O Céu e um lugar muito bonito, mas só contempla sua beleza quem hoje vive lá, ao lado de Deus. Não se preocupe com isso, meu menino. Você ainda é muito criança. Obedeça sua mãe, coma bem e cresça forte e com saúde. E quando crescer, seja justo e honesto, pois quem não deve não teme.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim, Benito, de apenas 03 anos, vem lhe trazendo um livro aberto, curioso com um mapa.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Ah, aqui é a Itália, meu pequenino. E esta aqui é a África... _explica Candelário com satisfação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta noite feliz de 1901, vimos Candelário aos sessenta e sete anos. O tempo passou, os netos cresceram e, mesmo sem saber, fizeram tudo exatamente como Candelário dissera para fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, quando a Primeira Guerra veio, não tiveram medo, pois sabiam estar no Brasil, longe daquele conflito. O fim do mundo não lhes parecia próximo e a busca de uma vida correta os fazia tranquilos, sem medo do Inferno após a morte. </div>
<div style="text-align: justify;">
Candelário morreu aos 91 anos, três dias após o Natal. Seus netos já tinha maturidade para lidar com a perda e para reconhecer como é importante saber aproveitar e valorizar a paz.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9NA8sAaAbiNKwzS9UHc_5DVg4vSs-6INI2FMt9Bpr9xGz_nSFdSX83tER4tFMkxk0efQg823rDOmhvA7cCGJqOncERwzQ4FfcFd41iqGpr8WjbGfm-bp6tBNmOG7JjiRJLXgw2cS8Dbg/s1600/12249728_1064110680289176_131851224653939151_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9NA8sAaAbiNKwzS9UHc_5DVg4vSs-6INI2FMt9Bpr9xGz_nSFdSX83tER4tFMkxk0efQg823rDOmhvA7cCGJqOncERwzQ4FfcFd41iqGpr8WjbGfm-bp6tBNmOG7JjiRJLXgw2cS8Dbg/s320/12249728_1064110680289176_131851224653939151_n.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-28098006893896647672015-11-16T06:44:00.000-08:002015-11-16T07:05:42.392-08:00ANTÔNIO <div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGNK1a2vMF9ng4Bkebk9E8xS69MxaR4Y9F4EzoVYbnKEf7dyYSGfhu25iFZ_-cUr6lFZNoC8fzfQl18SMnxie1aBNL1BnSOCD77V9Y9__BKuOX_pZhSXGFe2oGmZKoIcvezSomAffKHR4/s1600/12249671_1062411377125773_1592745288111144664_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGNK1a2vMF9ng4Bkebk9E8xS69MxaR4Y9F4EzoVYbnKEf7dyYSGfhu25iFZ_-cUr6lFZNoC8fzfQl18SMnxie1aBNL1BnSOCD77V9Y9__BKuOX_pZhSXGFe2oGmZKoIcvezSomAffKHR4/s320/12249671_1062411377125773_1592745288111144664_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
O nome do primeiro eu não sei pronunciar. Apenas digo que vivia numa caverna, na França, por volta de 30.000 a.C. Gostaria de dizer que foi exímio caçador e que sua múmia foi encontrada em excelente estado de conservação. Mas não, morreu tão anônimo quanto a maioria dos seus pares, mas deixou uma marca de mão na parede de uma caverna. Já na época possuía pendores artisticos e literários.</div>
<div style="text-align: justify;">
Após várias encarnações como obscuras mulheres artesãs e cheias de filhos, ele aparece como hebreu que deixa o Egito e chega à Terra Prometida, liderado por Moisés. Sua vida foi então de oleiro. Mas em todas as posteriores foi prostituta, até surgir como pedagogo, na Grécia, ao tempo de Sócrates.</div>
<div style="text-align: justify;">
Escravo foi durante várias vidas, até ser o marceneiro que parou para ouvir os estranhos e profundos discursos de um companheiro de ofício, Jesus. Agora finalmente temos um nome, Ezequiel. Que poderia ter morrido martirizado e se tornado santo, mas morreu bestamente, quando um camelo tropeçou em um cachorro novo, que latia o tempo todo, e então desabou sobre ele. Morreu na hora!...</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez por isso tenha encarnado tantas vezes no Cáucaso, bem longe dos camelos. Só como armênio, encarnou dez vezes. Depois parece ter-se encantado com o Oriente e foi rendeiro hindú e monge budista do templo Shaolin.</div>
<div style="text-align: justify;">
O veremos novamente como o capitão Franz, que morreu aos 36 anos, na primeira Cruzada. Talvez cansado do claustro e das armas, viveu como trovador por três longas vidas seguidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Chegou então a fase cigana. De 1355 a 1498, comeu porco, bebeu vinho, cantou, dançou e andou a Europa toda de carroção. Nasceu três vezes na Romênia e uma na Espanha.</div>
<div style="text-align: justify;">
A batina e o além mar porém lhe convocaram a ser Pedro, Miguel e Alonso, nascidos na Espanha e missionários jesuítas em São Paulo, Minas Gerais e Bahia, respectivamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi Quintino, vendedor de quitutes feitos por sua mãe, quando fez amizade com Tiradentes. Morreu porém jovem, de malária, antes dos vinte. O que talvez o tenha inspirado a ser Leopoldo, amigo de Álvares de Azevedo, que morreu de tuberculose antes que seus poemas pudessem ser publicados. </div>
<div style="text-align: justify;">
É neste momento que se torna o libertário tipógrafo Antônio, assassinado aos 31 anos, por jagunços liderados pelo filho de um fazendeiro, que odiava os abolicionistas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como o professor e poeta Deodato também viveu pouco, mas teve a honra de um singelo livro publicado: Poemas D'Orvalho, onde oscila entre o Simbolismo e o Parnasianismo. Os amigos o definiam como romântico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já como o inquieto Alceu, foi boêmio, amante do samba e das letras, no Rio dos anos 30. Professor de língua portuguesa e literatura brasileira e jornalista, preferiu morrer servindo nos campos da Itália, do que nos porões do Estado Novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os porões da Ditatura Militar, porém, não o pouparam como Felipe. O incendiário produtor de fanzines subversivos, morto sob tortura no DOI-CODI, em 1971.</div>
<div style="text-align: justify;">
A mistura da fé cristã com o nomadismo cigano e jesuíta, as vidas como trovador e poeta do "Mal do Século" e o dinamismo combativo como jornalista engajado, geraram o meu grande amigo Flávio Mello. Ex-gótico, que hoje milita apenas na educação e nas letras, devoto que é em cultivar sua linda família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-747232311597729842013-11-10T06:30:00.001-08:002013-11-10T06:33:30.593-08:00<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRYMbIZjgnYF-4Gjt7RGKNzyvlbMwQR26q4FMYFKclaf5zN5BwuKsrTaQFG_pXYXNZQ16pJkAIrsXRowAVbOGqZ5SyfV5vqjxxsO3MVrV_iXFL0s4n2JKW99YM9AmBDXpCiNrXouQ2dew/s1600/Dali-Persistence_Of_Memory_1931.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRYMbIZjgnYF-4Gjt7RGKNzyvlbMwQR26q4FMYFKclaf5zN5BwuKsrTaQFG_pXYXNZQ16pJkAIrsXRowAVbOGqZ5SyfV5vqjxxsO3MVrV_iXFL0s4n2JKW99YM9AmBDXpCiNrXouQ2dew/s320/Dali-Persistence_Of_Memory_1931.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>A Persistência da Memória</i> - 1931, Salvador Dali.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu</div>
<div style="text-align: justify;">
gostaria que estes anos</div>
<div style="text-align: justify;">
fossem poesia</div>
<div style="text-align: justify;">
dos anos 80,</div>
<div style="text-align: justify;">
escrita por um quarentão</div>
<div style="text-align: justify;">
de 30,</div>
<div style="text-align: justify;">
que lembra dos 60.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um pedaço de queijo </div>
<div style="text-align: justify;">
me faria feliz,</div>
<div style="text-align: justify;">
Mr. Stevenson.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA</div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-22417122711127205392013-11-01T17:06:00.000-07:002013-11-01T17:13:31.296-07:00ANJO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp7KaZWMvJmhPMk5n45xs3bOt2YkcoSSy8PEz5V2KCc5PUyT18G4AAgMHrcoS7JFMKjnkJTPYSFuher8whLx9NY5C4LcR6dyoudXgfuC-lyKjH_W2W2IKR6czfPs314pbFYlCdgtfS8OE/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp7KaZWMvJmhPMk5n45xs3bOt2YkcoSSy8PEz5V2KCc5PUyT18G4AAgMHrcoS7JFMKjnkJTPYSFuher8whLx9NY5C4LcR6dyoudXgfuC-lyKjH_W2W2IKR6czfPs314pbFYlCdgtfS8OE/s320/1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
Os demônios são anjos caídos</div>
<div style="text-align: justify;">
e te chamo de anjo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não estaria em perigo?</div>
<div style="text-align: justify;">
Não estaria contigo no fogo do inferno,</div>
<div style="text-align: justify;">
achando que é o Céu o calor que me abrasa? </div>
<div style="text-align: justify;">
Qual a distância entre o Céu e o chão?</div>
<div style="text-align: justify;">
O céu toca o chão,</div>
<div style="text-align: justify;">
o chão toca o céu</div>
<div style="text-align: justify;">
quando em montanhas se ergue</div>
<div style="text-align: justify;">
a paixão que em mim</div>
<div style="text-align: justify;">
te faz anjo...<br />
Anjo caído. </div>
<div style="text-align: justify;">
Anjo bom.</div>
<div style="text-align: justify;">
Anjo mau.</div>
<div style="text-align: justify;">
Anjo qual</div>
<div style="text-align: justify;">
uma estátua que venero.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pagão...<br />
</div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-8073242348183382182013-03-23T16:01:00.002-07:002013-04-06T09:03:18.442-07:00A FADA QUE FUGIU PARA ROMA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoRTiwO_D-0x_ma-0eh8oHJMqA9SPeJsNh6bZgxOjPGpUjDT5ruJzhZd1J1kE2DhFnUNzbq32zw5y48eqibSXNaErS2pgupvtEVfmiWXft-NiMnpl8BOJiisYNe7NStJprviymHBOAUzs/s1600/giu+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoRTiwO_D-0x_ma-0eh8oHJMqA9SPeJsNh6bZgxOjPGpUjDT5ruJzhZd1J1kE2DhFnUNzbq32zw5y48eqibSXNaErS2pgupvtEVfmiWXft-NiMnpl8BOJiisYNe7NStJprviymHBOAUzs/s320/giu+2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<i><span style="font-size: x-small;">À Giuliana Caliri</span></i> <br />
<br />
Da praia nublada de inverno<br />
saiste de pés descalços<br />
e puzeste os tênis para Londres.<br />
<br />
Tu vens de Amsterdam<br />
e lá só foi tua estadia.<br />
<br />
Sorrias no café de Paris<br />
e agora estás tão arredia,<br />
tão contrariada.<br />
<br />
Tristeza<br />
é não ver-te em Portugal,<br />
em Roma,<br />
tirando fotos<br />
enquanto os deuses te contemplam. <br />
<br />
<b><br /></b>
<b><span style="font-size: x-small;">Marcelo Farias</span></b><br />
<br />
<br />MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-76457947056539583062012-09-06T07:26:00.004-07:002012-09-06T07:26:43.735-07:00TRIP <div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBro32GWqmi6pxGdjim6oV6xAROy_MwsNw1EjW3icB8Vl1LwKO1IgNv_Uqm8C14TCUJTY0rjwsAd5PRz-2Gx1Gtp3gEcvOhh1p8TdFmQfvISXNu2eU4aPT-JfZsmixMyPJ28pvBWq6No8/s1600/vida1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBro32GWqmi6pxGdjim6oV6xAROy_MwsNw1EjW3icB8Vl1LwKO1IgNv_Uqm8C14TCUJTY0rjwsAd5PRz-2Gx1Gtp3gEcvOhh1p8TdFmQfvISXNu2eU4aPT-JfZsmixMyPJ28pvBWq6No8/s1600/vida1.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vermelho entre o azul e o rosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Luzes vão do Paraíso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só o mistério persiste,</div>
<div style="text-align: justify;">
escondido que está</div>
<div style="text-align: justify;">
em minha nova cena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não entendo nada </div>
<div style="text-align: justify;">
neste momento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Do Letes bebi </div>
<div style="text-align: justify;">
e tudo me vem </div>
<div style="text-align: justify;">
em sonhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Anotações não serão anotadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você pode explicar um carinho de mãe?</div>
<div style="text-align: justify;">
A terra me convida a esquecer</div>
<div style="text-align: justify;">
e dormir até um novo dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amanhã será bem melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><b>Marcelo Farias.</b></span> </div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-17849772890738907732012-08-20T08:10:00.004-07:002012-08-20T08:13:12.460-07:00INDIE<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5lfCFO0W2wRIkhOVw065fdtmQXxbwY8mbl26_IkJegwH58JkV0yOE2D9fajrqNbU8RKOLtcaiunCgX-0m-ngd_ldsvVnbgMzJFpNkEnbZ-F19SAHiQR8GnYq3XrgtUDBGYoIeVe9OfI/s1600/peter-bjorn-and-john-young-folks-webcastr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5lfCFO0W2wRIkhOVw065fdtmQXxbwY8mbl26_IkJegwH58JkV0yOE2D9fajrqNbU8RKOLtcaiunCgX-0m-ngd_ldsvVnbgMzJFpNkEnbZ-F19SAHiQR8GnYq3XrgtUDBGYoIeVe9OfI/s320/peter-bjorn-and-john-young-folks-webcastr.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Os <i>Young Folks</i>, animação do clip de Peter, Bjorn and John (2006).</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Eu nasci em um playground </div>
<div style="text-align: justify;">
em um parque de diversões </div>
e não posso deixar de brincar.<br />
<br />
Eu não sou o filho preferido,<br />
não sou o centro das atenções,<br />
eu apenas sei brincar.<br />
<br />
Eu cresci e não deixei<br />
de ser criança ainda<br />
aos meus trinta e tantos anos...<br />
<br />
Eu sou <i>indie</i>!<br />
<br />
Eu sou <i>indie</i>, alternativo.<br />
O universo paralelo<br />
foi quem sempre me esperou.<br />
<br />
Vou conversar com heróis<br />
de revistas em quadrinhos.<br />
Advinhar brinquedos, <i>animes</i><br />
que mamãe não quer que eu leia.<br />
<i> </i><br />
Eu sou <i>indie</i>!<br />
Alternativo!<br />
O universo paralalelo<br />
foi o que sempre me esperou.<br />
<br />
Quando eu morrer, finalmente,<br />
digam que apenas fugi<br />
para o universo do sonho<br />
aonde sempre vivi.<br />
<br />
Eu sou <i>indie</i>, alternativo.<br />
O universo paralelo<br />
foi o que sempre me guardou.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Marcelo Farias.</span>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-10256858639360881072012-08-11T09:50:00.004-07:002013-07-02T08:45:11.088-07:00TRANSILVÂNIA<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcaWoMnF_gIjnrf5U91_9BimkzDCcWQ4Ig6N8vBLzGS_7VLF9Oy2nlqjq8fDBbAnr0Alci39f9u1wlOmxTPJs1_3m8AswSegezFL4kIeeNPnZ9PpN0YVhyphenhyphenNxbsnPVtYzearU4PaID9J_w/s1600/brasov-winter-tour.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcaWoMnF_gIjnrf5U91_9BimkzDCcWQ4Ig6N8vBLzGS_7VLF9Oy2nlqjq8fDBbAnr0Alci39f9u1wlOmxTPJs1_3m8AswSegezFL4kIeeNPnZ9PpN0YVhyphenhyphenNxbsnPVtYzearU4PaID9J_w/s1600/brasov-winter-tour.jpg" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
A pequena Anna angustiou-se quando não viu ninguém mais à sua volta no quarto. Pulou da cama, apenas de camisola, apesar do frio e desceu. Seus cinco irmãos brigavam sobre a mesa enquanto Nora, a irmã mais velha, servia a sopa e ralhava ao mesmo tempo. Sentou-se em seu lugar e reclamou:</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
_Por que não me acordaram?!</div>
<div style="text-align: justify;">
Nora esbravejou:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Quem é preguiçoso fica sem comer!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Eu não sou preguiçosa! _rebateu Anna, malcriada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lá fora a neve cobria tudo de branco. Os homens andavam para lá e para cá, entretidos no trabalho, como se estivessem reformando a vila. Anna pulou da mesa e correu dizendo:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Vou ver papai!</div>
<div style="text-align: justify;">
A mão firme da mãe, Eszter, a conteve.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Nada disso! Você vai comer primeiro e se vestir. Se adoecer, quem vai perder noites de sono sou eu!</div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo irritada e chorosa, Anna volta à mesa. A mãe enche seu prato de sopa de carne. Pedaços de batata flutuam sobre o caldo avermelhado de<i> paprika</i>. A mãe lhe dá um grande pedaço de pão e ralha:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Agora coma! E não saia daí sem ter limpado o prato!</div>
<div style="text-align: justify;">
A irritação de Anna passa aos poucos, a cada colherada no caldo pimentoso. Quando acaba, está rosada pelo calor do desjejum. Vendo que a pequena já terminou, Eszter a pega pela mão, lhe dá um breve asseio, e depois a veste. Em seguida, a mãe lhe entrega um pedaço de pão com carne de porco, envolto em uma toalha e diz:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Dê a seu pai. Diga para não se esquecer de vir almoçar e não se embriagar com a <i>pálinka.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Anna corre para frente da casa, onde está o pai, pintando uma grande cruz na porta, com sangue de carneiro. Ao ver a filha, Ferenc pára o trabalho a toma nos braços e levanta, festejando:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Bom dia, pequena princesa! </div>
<div style="text-align: justify;">
Anna ri com o gracejo, os beijos e as cócegas que o pai lhe faz, mordendo-lhe de leve. Ele então a põe no chão e termina o serviço pendurando um grande colar de alho na porta. Pega então seu lanche. Anna dá o recado da mãe:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Mamãe disse para você não se embebedar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele ri e responde:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Com este frio, vai levar vinte anos até seu pai possa se embebedar! </div>
<div style="text-align: justify;">
Ferenc senta-se então no pequeno banco de três pernas e come. Anna senta em seu colo e ele lhe dá um pouco de pão com porco. Quando termina, ele a pega pela mão e diz:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Agora vamos passear um pouco.</div>
<div style="text-align: justify;">
As ruas da vila estão movimentadas. Homens andam para lá e para cá, carregando ripas de madeira, fachos de lenha, colares de alho e baldes com sangue de carneiro. Mulheres carregam baldes de água e pedaços de carneiro encobertos em panos. Ferenc cumprimenta os amigos enquanto passeia com a filha. Ao passar pelo sacristão, Ciprian, este lhe lembra:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não esqueça de ir à missa das seis, Ferenc, já está rosado de <i>pálinka</i>!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não me esquecerei, irmão Ciprian! Não me esquecerei! Mesmo que beba toda minha garrafa!</div>
<div style="text-align: justify;">
Em certo memento, Anna pede:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Papai, vamos ficar aqui vendo o pôr do sol atrás das montanhas!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Tudo bem, Anna! Mas não vamos nos demorar muito, logo teremos de voltar e ir para a missa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Durante mágicos quarenta minutos, Anna vislumbra o sol se esconder dela _como se sorrisse marotamente _detrás das montanhas cobertas de pinheiros e neve. Quando a escuridão começa a cair, o pai a apressa:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Vamos, Anna! Hora de ir à missa!</div>
<div style="text-align: justify;">
Sabendo ter perdido tempo, Ferenc prefere ir direto à igreja. Lá encontrou a esposa já com os outros filhos. Esta reclamou:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Devia ter pelo menos passado em casa, para se assear para a missa!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Cristo nunca rejeitou ninguém por sua aparência, lembra?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ferenc então assiste à missa ao lado da filha, que nota que não apenas seu pai, mas muitos homens sairam direto do trabalho para a igreja. Na hora da comunhão, Anna suplica:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Papai, diz pro padre me dar a hóstia para comer também!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não, Anna, você só poderá fazer isso depois de sua primeira comunhão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acabada a missa, todos rumam para suas casas. A escuridão já cai sobre a vila. Apesar de se mostrarem apressados, os aldeãos conversam alegremente na rua, a caminho de casa. Ferenc conversa com o amigo, Tamás. Suas esposas conversam entre si e os filhos de ambos fazem algazarra atrás. Ao lado dopai, Anna ouve sua conversa:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Será que Péter aparecerá entre eles? _pergunta Ferenc.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não sei, ninguém o viu desde que desapareceu, nem mesmo o velho Lajos, que mora na floresta. _responde Tamás.</div>
<div style="text-align: justify;">
Avistam então, deitado, meio escorado em uma das traves que apoia o teto da taverna, o bêbado Vilmos, entornando mais um longo gole de <i>pálinka </i>goela abaixo. Tamás brinca:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Eles nunca fazem nada com ele, acho que não gostam de seu bafo!</div>
<div style="text-align: justify;">
_Ou do seu cheiro! _brinca também Ferenc.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois por fim se despedem e se separam. Chegando em casa, Eszter ordena ao marido:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Tire esta roupa imunda, que já esquentarei água para seu banho!</div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto o pai se banha, Anna e Friderika arrumam a mesa do jantar, enquanto Nora esquenta a sopa e o carneiro. Os três irmãos homens cuidam de fechar a estrebaria, para que o cavalo do pai e única vaca que possuem estajam bem agasalhados e seguros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim, a família senta à mesa e Ferenc faz a oração antes da refeição:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Senhor, te agradecemos pelo alimento e a morada que temos e pela divina graça de tua proteção. Amém!</div>
<div style="text-align: justify;">
Todos então começam a comer alegremente. O ambiênte é calmo e feliz, bem diferente da animosidade do início do dia. Após a janta, as meninas ajudam a mãe com a louça e os meninos vão ouvir o pai contar suas estórias. Todos, por fim, se juntam em turno de Ferenc para ouvir suas pequenas aventuras de aldeão, até que Eszter decreta:</div>
<div style="text-align: justify;">
_Muito bem! Já ouvimos estórias demais, é hora ir deitar!</div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar da queixa dos filhos, inclusive Anna, todos sobem. No quarto, no sótão, Nora ainda tem de ralhar com os irmãos menores, para que eles se aquietem e durmam. Por fim, o sono recai sobre todos, mas muito leve sobre Anna, que desperta com o soar do sino da meia noite. Como dormisse próxima à janela, entreabre a cortina e olha a rua. Com passos incertos, por vezes cambaleantes, olhando para o céu, como se adorassem a lua, chegam os vampiros. Homens e mulheres com as roupas rotas, por andarem como bichos pela floresta e pelos cemitérios. Seus rostos são muito pálidos e seus olhos apresentam olheiras arroxeadas. Dois deles, ainda jovens, se aproximam do bêbado Vilmos, que dorme a sono solto. Logo em seguida, dele se afastam, fungando como se tivessem sentido cheiro de peste. Vilmos ainda desperta brevemente e profere pequena queixa. Anna solta um leve riso. E os vampiros continuam seu cortejo pela vila, olhando para o céu, como que alucinados!...<br />
<br />
<b><br /></b>
<span style="font-size: x-small;"><b>Marcelo Farias</b>. Ilustração: Brasov no inverno.</span> </div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-81445206557618951922012-04-25T07:19:00.002-07:002012-04-25T07:20:05.415-07:00PARTO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6l1AVp9GzU8nZs324DUDAdlrjnqVTSSftpDWgMUSVvn6slZHxoToxTSAOhOkS_-QOjA26C6d582DrV4H5wW6gy3vGOqYUPJzfu38vmD5or4A0wpVQiNbun5UN2BdTi4pTVvjpbkfU3i0/s1600/parto.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6l1AVp9GzU8nZs324DUDAdlrjnqVTSSftpDWgMUSVvn6slZHxoToxTSAOhOkS_-QOjA26C6d582DrV4H5wW6gy3vGOqYUPJzfu38vmD5or4A0wpVQiNbun5UN2BdTi4pTVvjpbkfU3i0/s320/parto.gif" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A minha insônia é a mesma tua.</div>
<div style="text-align: justify;">
É a filha que está por vir,</div>
<div style="text-align: justify;">
o marido que não vem,</div>
<div style="text-align: justify;">
a esposa que resolveu virar puta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A minha vida é a tua própria</div>
<div style="text-align: justify;">
reticência...</div>
<div style="text-align: justify;">
Não sou Deus, nem ateu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Apenas a punheta que se personificou</div>
<div style="text-align: justify;">
em ato!...</div>
<div style="text-align: justify;">
Ou pacto carnal...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O meu e o teu sorriso é um escárnio</div>
<div style="text-align: justify;">
e fechamos a bíblia de nossa</div>
<div style="text-align: justify;">
ignorância!...</div>
<br />
<b><span style="font-size: x-small;">Rojefferson Moraes</span></b>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-59089099248203452452012-03-30T09:43:00.004-07:002012-03-30T09:49:08.816-07:00BLANCA<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAQxS9-8316lWegr7g9GASA8bQQro6Mh9y8dM2f8p1CS5-sgG42D6kV1yqLqYbziJKUEM9Daf2KKqA3jwUrhybIEQ4aRbhvJSYXOSBsjW7AjLf-kJSzkvcEGFzh_vNRXlKjdNqV_pZ8bg/s1600/Neblina.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 400px; height: 256px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAQxS9-8316lWegr7g9GASA8bQQro6Mh9y8dM2f8p1CS5-sgG42D6kV1yqLqYbziJKUEM9Daf2KKqA3jwUrhybIEQ4aRbhvJSYXOSBsjW7AjLf-kJSzkvcEGFzh_vNRXlKjdNqV_pZ8bg/s400/Neblina.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5725732938671645794" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><h6 class="uiStreamMessage" ft="{"type":1}"> <span class="messageBody" ft="{"type":3}"><div id="id_4f75e21cbbee81270581784" class="text_exposed_root text_exposed"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Hoje me reservo calar diante destes versos<br />Ir e sem olhar para trás partir em busca de uma musa qualquer<br />Me ensopar nas línguas molhadas das ruas<br /><span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show"> Num ritual de iniciação para a noite<br />Voz, cheiro e tempestade temperando a boca da rua que me engole sedenta<br /><br />Não tenho versos hoje para te oferecer poesia!<br />Não tenho minha voz alterada<br />Só este corpo baixa cambaleante mirando<br />As casinhas enfileiradas que se confundem<br />Enquanto o que me sobrou do dia ainda me consome...<br /><br />Um brilho breve e bravo incalculados nos teus olhos<br />Embriagues desatinada no riso<br />Entrando em convulsão depois do tédio...</span><span class="text_exposed_hide"><span class="text_exposed_link"><a onclick="'CSS.addClass($(">Ver mais<br /><br /><br />Rojefferson Moraes.<br /></a></span></span></div></span></h6><input name="charset_test" value="€,´,€,´,水,Д,Є" type="hidden"><input name="fb_dtsg" value="AQD7kuAP" autocomplete="off" type="hidden"><input autocomplete="off" name="feedback_params" value="{"actor":"100001611925419","target_fbid":"318479258215802","target_profile_id":"100001611925419","type_id":"22","source":"0","assoc_obj_id":"","source_app_id":"0","extra_story_params":[],"content_timestamp":"1333057819","check_hash":"AQBdEFZWf7VK9vhS"}" type="hidden"><span class="uiStreamFooter"><span class="UIActionLinks UIActionLinks_bottom" ft="{"type":"20"}"><button onclick="fc_click(this, false); return true;" class="like_link stat_elem as_link" title="Curtir esse item" type="submit" name="like" ft="{"type":22}"><span class="default_message"></span></button></span></span></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-45264388381828513652012-03-01T10:36:00.001-08:002012-03-01T10:45:47.235-08:00Um Breve Monólogo de Um Bêbado Saudosista<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Batem os sinos da nostalgia. Abrem-se os portões lúgubres da saudade. Morrer, viver, seguir a torpes e tortuosos passos num rumo desesperado e inquieto. Caminham com o peso dos corpos ressequidos, ouço os passos no corredor. Vendendo almas vazias a preço barato? O silêncio já não é a paga que busco para a exasperação do infinito que vejo cair como vidraça estilhaçada diante dos meus olhos cansados e arenosos de uma noite mal dormida de bebidas, sexo, risos e lágrimas, onde já não há espaço para poemas e canções antigas. Promessas são esperadas - ofereço o meu corpo -, desmonto todo o ciclo de orações. Sangro. Busco o equilíbrio químico do meu estômago. Veneno na taça? Vinho na veia se dilui com o cansaço do dia. Batidas cansadas do coração. Tão novo ainda... Tão velho amigo do sofrimento. Exílio é resposta? Putaria é solução... Religião, talvez, não! Quantos amigos se voltam contra a pátria? E os sinos insistem na saliência híbrida com as ensurdecedoras buzinas e caos que massacram da poesia a um cálculo matemático. Ah, a nostalgia... Uma bela mulher mostra rugas ao sorrir e continua ainda mais bela. O vinho está acabando. Mas no supermercado vende-se mais sonhos e desilusões engarrafados de todos os sabores, marcas e tamanhos. Respirar é preciso, navegar é perigoso quando se aproxima a tempestade. Sangro. Busco o equilíbrio do corpo. Venta. Os sinos se calam quando me calo embriagado no meu quarto escuro e vazio. A noite se cala. E os portões da saudade se fecham para sonhos indecifráveis. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5GhDVY8YNualREjS9CZ_K2zj9pnJ54pMqFxYY1wQkWr0UFbBYmVPwLCqMRTP9Qv13ewc2ekWDl23rJRbzVh68PL7ffZDIb70ChQolka_WOlnWLsxFSz5gOYBj3VYBJktKnc49tRsqBPdp/s1600/malhoa_bebados1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5GhDVY8YNualREjS9CZ_K2zj9pnJ54pMqFxYY1wQkWr0UFbBYmVPwLCqMRTP9Qv13ewc2ekWDl23rJRbzVh68PL7ffZDIb70ChQolka_WOlnWLsxFSz5gOYBj3VYBJktKnc49tRsqBPdp/s400/malhoa_bebados1.jpg" uda="true" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Os bêbados ou Festejando o S. Martinho Quadro de José Malhoa</span> <br />
<span style="font-size: x-small;">Museu José Malhoa - Caldas da Rainha </span><br />
</td></tr>
</tbody></table><a href="http://www.romulonarducci.blogspot.com/">http://www.romulonarducci.blogspot.com/</a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-spacerun: yes;">. </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-71861760669027775322012-02-16T07:40:00.008-08:002017-03-05T04:00:20.286-08:00O FARMACÊUTICO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MCMluda294RAX4aZeSBSBxcXkRdyc-wOG4oTQM7lx-epMj3W_kCgEBzn0rPjoiUpChK2bKgit7zVDLglAagT6IIA2SA3MxFEjP9tp81s3vq8VRKQgLvRdnIb0U3FW4nJ-xux2wH4Tpo/s1600/farmaceuta.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5709772657716672450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MCMluda294RAX4aZeSBSBxcXkRdyc-wOG4oTQM7lx-epMj3W_kCgEBzn0rPjoiUpChK2bKgit7zVDLglAagT6IIA2SA3MxFEjP9tp81s3vq8VRKQgLvRdnIb0U3FW4nJ-xux2wH4Tpo/s400/farmaceuta.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 279px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 345px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Cresci numa farmácia, meu pai era farmacêutico. Eu "viajava" nas imensas estantes e prateleiras repletas de frascos com drágeas, pílulas, xaropes e cosméticos. Eu adorava cheiro de remédio. Nunca reclamei quando tinha de tomar pílulas. Ao contrário, adorava engoli-las. Aquelas coisinhas sempre tão "científicas e futuristas". Já os xaropes me pareciam mais tradicionais, século XIX. Costumava levar xarope Vick para tomar na escola, e adorava me embriagar com Biotônico Fontoura. Papai brigou várias vezes comigo, ao me encontrar recostado na parede, "entorpecido" pelo biotônico. Era o meu Láudano.<br />
Sempre ajudei papai de bom grado na drogaria. Era capaz de passar o dia inteiro nela, fecha-la com ele, se fosse preciso. Fiz isso muitas e muitas vezes, abri e fechei a drogaria. Era mágico ver a lagarta subir. Triste, mas romântico, vê-la baixar.<br />
Perdi minha mãe aos 9 anos, câncer. Sempre fui filho único e papai precisava muito de mim. Não me queixava, nunca me queixei. Aos 12 anos tive minha primeira "viagem": tomei duas pílulas de <span style="font-style: italic;">gardenal</span>. Foi louco! Papai brigou comigo. Experimentei outros remédios. Alguns me deram dor de barriga, outros me fizeram vomitar, outros me acalmaram, outros mais... novamente me fizeram viajar.<br />
Quando conheci minha primeira namorada, Pamela, a levei para meu mundo mágico: a farmácia. Por algum motivo ela gostou e namoramos cinco anos. Papai pensava que nos casaríamos, morreu pensando isso. Um <span style="font-style: italic;">avc </span>o levou de repente, numa tarde, quando ela contava 56 anos. Estava colocando os remédios na prateleira. Quando ele caiu para trás, pensei que fosse um tolo acidente. Porém, quando cheguei no hospital com ele, o médico o mandou para a UTI. Pamela ficou comigo durante o enterro e depois dele. Não houve velório, não tinha dinheiro nem parentes próximos para isso. Meu namoro com Pamela acabou seis meses depois. Como papai, ela não gostava de minhas brincadeiras com remédios. Ela foi a única mulher decente com quem me relacionei. As que apareceram depois foram todas doidas de festa, nada mais.<br />
Vendi a drogaria e trabalhei como estagiário em outra, enquanto terminava a universidade. Mas que nunca, eu experimentava remédios. Para aliviar a depressão pela perda de papai, tomava remédios de tarja preta. Para elevar o astral, tomava anfetaminas. Foi quando um colega de sala me apresentou o LSD. Foi como dar a varinha ao aprendiz de feiticeiro. Mas que nunca conheci _e reconheci! _minha alma!...<br />
Depois do LSD, conheci a cocaína, a morfina e a heroína. Cocaína só usava quando bebia e em pouca quantidade. Morfina começou a se tornar um costume e heroína era difícil, mas apreciava muito seu efeito. Uma vez formado, aluguei uma casa onde montei um laboratório particular. Passei a sintetizar as drogas que conhecia. Não mais comprava drogas na rua, usava apenas as que eu mesmo produzia. Com o tempo, passei a vender para os amigos. Estes trouxeram mais amigos. O dinheiro começou a aparecer.<br />
Comprei uma casa nova, espaçosa, com piscina, ótima para festas. Adaptei meu laboratório lá e dei festas onde lucrava horrores. Em meu jardim também fiz experiências. Fui um dos primeiros a produzir a <span style="font-style: italic;">cannabis</span> hidropônica. Mal o <span style="font-style: italic;">extase</span> se tornara mania na Europa, eu já o havia conseguido numa viagem à Holanda. Aprendi a sintetizá-lo e fui um dos primeiros a produzí-lo e vendê-lo por aqui. Minha vida era uma <span style="font-style: italic;">rave</span>. Patrocinei bandas <span style="font-style: italic;">techno</span>, contratei um <span style="font-style: italic;">dj</span>, Jonas, para trabalhar em minhas festas. Quando não dava festas em casa, levava meus produtos para festas de amigos. Meu esquema era fechado, privado, por isso conheci muita gente famosa.<br />
Minha vida foi uma viagem até 2003, ano em que passei de todos os limites e tive uma <span style="font-style: italic;">overdose.<span style="font-style: italic;"> </span></span>Havia aberto o dia com barbitúricos, me empolgado e tomado ácido, me empolguei mais ainda e cheirei cocaína. Tudo isso regado à álcool. Por fim, tomei uma dose de morfina e algumas horas depois, uma de heroína. Queria dormir e fui parar na UTI. Os médicos não sabem como escapei. Talvez tenha sido Pamela e sua aura de anjo. A reencontrei depois de muito tempo. Não sei porque ela resolveu aparecer naquela festa. Ficou até o final... e me levou para o hospital.<br />
Comecei então minha recuperação. Vendi minha casa e o laboratório. Me acostumei a levar uma vida careta. Não sei se me casarei com Pamela, apesar de me dar bem com a filha dela, Astrid. Só o que preocupa minha mente agora... é que fui apresentado a um novo laboratório, de mágicas paredes de azulejo azul!... Imensas prateleiras repletas de frascos! A luz fluorecente chamando como <span style="font-style: italic;">neon</span>. A empresa em que trabalho quer que eu produza drogas lá. Estou em 2010, tenho 56 anos... Um dia desses sonhei com papai.</div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-1406220245780332172012-02-14T07:35:00.005-08:002012-02-14T07:44:40.627-08:00POEMA DAS COISAS DESENCONTRADAS<div class="navbar section" id="navbar"><div class="widget Navbar" id="Navbar1"> </div></div> <div class="body-fauxcolumns"> <div class="fauxcolumn-outer body-fauxcolumn-outer"> <div class="cap-top"> </div> <div class="fauxborder-left"> <div class="fauxcolumn-inner"> </div> </div> <div class="cap-bottom"> </div> </div> </div> <div class="content"> <div class="content-fauxcolumns"> <div class="fauxcolumn-outer content-fauxcolumn-outer"> <div class="cap-top"> </div> <div class="fauxborder-left"> <div class="fauxcolumn-inner"> </div> </div> <div class="cap-bottom"> </div> </div> </div> <div class="content-outer"> <div class="content-cap-top cap-top"> </div> <div class="fauxborder-left content-fauxborder-left"> <div class="content-inner"> <header> <div class="post hentry"> <div class="header-cap-top cap-top"> </div><div class="post-header"> </div> <div class="post-footer-line post-footer-line-1"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBvNJFLpV2tP0RlA0KherOhhJCXAEhicDGmivcb1BNx77y_DdedQkNAX5EDofdMOlQjLXMhlYUTAWQIZU0Y-nSXyLquBWzkltMNZ6KNYUWZvFJFo_-XafiA_ErWUXKdObIdHFpMq2DY0TL/s1600/blues.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 206px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBvNJFLpV2tP0RlA0KherOhhJCXAEhicDGmivcb1BNx77y_DdedQkNAX5EDofdMOlQjLXMhlYUTAWQIZU0Y-nSXyLquBWzkltMNZ6KNYUWZvFJFo_-XafiA_ErWUXKdObIdHFpMq2DY0TL/s320/blues.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5624551242620137762" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Quero ouvir o improviso de Parker<br /><div style="text-align: justify;">Cortar o silêncio frio sob o neon<br />Dos edifícios abrutalhados todos<br />Em sombras, solidão e distância.<br /><br />Quero que Whitman conte-me algo<br />Obsceno e engraçado durante<br />A encenação do crucificamento.<br /><br />Quero que o vinho mais barato<br />Escorra de minha caneca farta<br />E molhe todos os papéis inúteis<br />Que carrego em meus bolsos.<br /><br />Quero que Ray me ensine a ver<br />Como uma canção pode ser<br />Um doce nascendo do amargo.<br /><br />Quero a incandescência<br />Dos vagabundos errantes<br />Que redescobrem a urgência<br />De se viver sempre além das 24 h.<br /><br />Quero que as cores de Basquiat<br />Devorem todos os metrôs de NY<br />Enquanto a noite levanta suas asas.<br /><br />Quero a inconstância dos fatos<br />E a explosão dos sentimentos retidos<br />Soltos pela página branca que escrevo.<br /><br />Quero o nome exato da mulher<br />Com quem dormi na noite anterior a essa<br />Quero decifrar os mínimos detalhes<br />Da arquitetura indecifrável daqueles olhos.<br /><br />Quero o inevitável presente ainda que passe<br />E após algum tempo já não seja novidade<br />Quero tudo e nada pelo preço da unidade.<br /><br />Não quero ouvir desculpas plausíveis<br />Para a aceitação do que não é questionado<br />E nem o que é religiosamente seguido à risca.<br /><br />Não quero que sepultem os meus desejos<br />Em cartórios empoeirados pela inércia...<br /><br />Não exijo muito das pessoas e nem da vida<br />Só quero a realidade de todos os meus sonhos.<br /><br />(Sobretudo os mais impossíveis)<br /><br />Posto que aos poucos... O mais é só querer.<br /><br /><br /><br /><span style="font-size:85%;"><span class="post-author vcard"><span class="fn">Fabiano Silmes</span></span></span><span class="post-timestamp"></span></div></div><div class="post-footer"><div class="post-footer-line post-footer-line-3"><span class="post-location"> </span> </div> </div> </div></header><div class="main-outer"><div class="fauxborder-left main-fauxborder-left"><div class="region-inner main-inner"><div class="columns fauxcolumns"><div class="columns-inner"><div class="column-center-outer"><div class="column-center-inner"><div class="main section" id="main"><div class="widget Blog" id="Blog1"><div class="footer-outer"><div class="date-outer"><div class="date-posts"><div class="post-outer"> </div> </div></div><div class="footer-cap-bottom cap-bottom"> </div> </div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><footer> </footer> </div> </div> <div class="content-cap-bottom cap-bottom"> </div> </div> </div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-24655783987103536442011-12-28T15:19:00.000-08:002011-12-28T15:36:20.677-08:00O HOMEM A QUEM PERTENÇO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSRpH8gpodzEz3Y9vRZ-yg35albYclaDIzLdfkruPaS9IFcFN-E10Y_JapGtIZyPX1k9QhF7iVXy9JCH1Z2SZdpRXP2BfhQh-sIN6867sv835XpDV4afj-crf9nhysMkfY7CGje3wp6IU/s1600/un_homme_et_3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5691325411354274946" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 280px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSRpH8gpodzEz3Y9vRZ-yg35albYclaDIzLdfkruPaS9IFcFN-E10Y_JapGtIZyPX1k9QhF7iVXy9JCH1Z2SZdpRXP2BfhQh-sIN6867sv835XpDV4afj-crf9nhysMkfY7CGje3wp6IU/s400/un_homme_et_3.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><br /><br /><div align="justify">(leia ao som de Piaf)<br /></div><br /><div align="justify"><em>ou não é pra ser gostoso</em><br /><br /></div><br /><div align="justify">Ele me empurra Piaf goela abaixo com tanta força que sinto minha alma ser espremida. Me remexe o útero, o ovário me faz tremer..., ao me morder, ao me ferir a pele. Unhas afiadas de gato vira-latas.<br />Ele me sente pálida nos dedos grossos, me penetra, arteiro, artilheiro, cheirando a futebol, grama, bola e batom, me viola o corpo enquanto lavo a louça do almoço, que ele nem comeu, mas me come enquanto derrubo um prato, um copo, um garfo.<br />Piaf me cala, me engasga como cubos de gelo, com as pontas dos dedos.<br />A agulha circula os sulcos do vinil, arranha minhas ranhuras, minhas digitais, minhas entranhas. Me engasgo com sua saliva quente, melada, cheia de mim. Cheia de mim a escorrer por nossas pernas que se cruzam, animais de rua, sob a chuva, sob a lua e eu sou tão sua.<br />Obediente me mantenho calada.<br />Sinto minha vida de escrava todinha em seu olhar, capitão-do-mato que me mata e me dilacera com seu chicote quente, enorme e viril. Meu homem.<br />O homem a quem pertenço me reza feito terço, não perde nada do meu corpo, enquanto rezo... ele me suga, feito manga me descasca, me morde, me devora, e aquilo que lhe escorre pelos cantos da boca sou eu. Esse homem tão cheio de si, tão sem instrução, mas que faz de mim mulher, faz de mim o que quiser.<br /></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:85%;">Flávio Mello http://www.escritorflaviomello.com.br</span></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-91241544932187923892011-11-12T07:40:00.000-08:002017-08-11T13:53:18.952-07:00LOUCURA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZHNHU4PcD-gOrGodvrKgKsvGya2HxMZRBWXaynvK-jICE6D4gWGAFt7BHUSGEZtDDYGcKjnGXqTV0znSHYwhWPXinSvcBP3CEzPjnhJekPqZalxvSwG1PORG6zsQB6Pbu0MI1unFKk_k/s1600/helena.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5674140977359023778" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZHNHU4PcD-gOrGodvrKgKsvGya2HxMZRBWXaynvK-jICE6D4gWGAFt7BHUSGEZtDDYGcKjnGXqTV0znSHYwhWPXinSvcBP3CEzPjnhJekPqZalxvSwG1PORG6zsQB6Pbu0MI1unFKk_k/s400/helena.jpg" style="-ms-user-select: none; float: left; height: 161px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 400px;" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div>
</div>
<br />
<div>
<span style="font-size: 85%;">Helena Ignez, musa e esposa de Rogério Esganzerla</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;"></span><br /></div>
<br />
<div>
<span style="font-size: 85%;">A Márcio Santana</span><br />
<br /></div>
<br />
<div>
A loucura bateu na minha cara quando eu nasci.<br />
Ela vinha vestida de vermelho vivo, com um <em>xale</em> azul.<br />
A loucura fazia tudo ser à cores, <br />
de plástico, <br />
<em>blues</em>!...<br />
A loucura estava em tudo, e todos,<br />
Até nos simples casais.<br />
Estava nas pedras, e nas portas,<br />
Nos carros volkswagen, <br />
e na genitália das mulheres.<br />
A loucura fazia crescer pintos e nascer piolhos,<br />
ou seriam pimpolhos?...<br />
de Pintos, Ramos e Carvalhos,<br />
ou seriam CARALHOS? CARALHO!...<br />
O fato é a que a loucura se deu<br />
e desceu bem antes de quando nasci.<br />
A vi de frente e de costas.<br />
Parecia brinquedo eletrônico,<br />
mas falava e andava <br />
e tinha nos olhos óculos grandes, <br />
<em>Ray Ban.</em><br />
A loucura me disse um monte de coisas.<br />
Veio com um papo errado, cheio de lições,<br />
cheio de palavrões e especulações sobre o que não sei,<br />
pois só o que sei é que ela estava bêbada,<br />
com bafo de drogada!<br />
A loucura é prostituta.<br />
Disso eu sei muito bem.<br />
Só que se veste de dama e se diz:<br />
"Garota de Programa"!<br />
Na sua cama não dorme ninguém,<br />
só chupa!<br />
e só escuta os discos de vinil velhos que ela tem.<br />
A loucura é menina moça que fugiu de casa e brigou com os pais.<br />
Ela não se toca que tem 40 anos!<br />
50 anos...<br />
60 anos!<br />
A loucura não diz sua idade<br />
e por caridade deixei-a dormir...<br />
no chão!...<br />
Foi ela quem pediu.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Marcelo Farias</span></div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-77405230202120604452011-09-18T07:43:00.000-07:002011-09-18T08:33:48.652-07:00PESSOAS FELIZES (ou O Retrato de Dorian Gray)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX9G59n5KbeS4Y8W_ntnwxYjKTYFqB0p6EequmaryhS0dztqSNwZluCkK9Q5SbQFTm_af1zxbTAV35vRbNnPzfjbi_bt9fSNVhfIQhzOwkq_pHLQzgF34YIqYgqPFwBPWhPW1Od1scew0/s1600/dorian-grey.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5653713952652651762" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 263px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX9G59n5KbeS4Y8W_ntnwxYjKTYFqB0p6EequmaryhS0dztqSNwZluCkK9Q5SbQFTm_af1zxbTAV35vRbNnPzfjbi_bt9fSNVhfIQhzOwkq_pHLQzgF34YIqYgqPFwBPWhPW1Od1scew0/s400/dorian-grey.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div></div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div></div><br /><div>Pessoas felizes riem forçado,</div><br /><div>para mostrar a alegria</div><br /><div>que nunca existiu.</div><br /><div></div><br /><br /><div>Pessoas felizes sorriem aberto,</div><br /><div>para que a foto </div><br /><div>saia bonita.</div><br /><div></div><br /><br /><div>Pessoas felizes enrustem derrotas</div><br /><div>e cantam vitórias</div><br /><div>sem público, ou mérito.</div><br /><div></div><br /><br /><div>Pessoas felizes têm filhos bonitos,</div><br /><div>têm filhos perfeitos</div><br /><div>para o Diabo ver.</div><br /><div></div><br /><br /><div>Pessoas felizes só choram no quarto,</div><br /><div>quando a luz se apaga</div><br /><div>e não cega mais...</div><br /><br /><div>e o retrato se decompõe.</div><br /><br /><br /><div><strong><span style="font-size:85%;">Marcelo Farias</span></strong></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-73770530385911857002011-06-19T16:09:00.000-07:002011-06-19T16:18:25.132-07:00Febre-"quentum".<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSPggqS9hJ2nhgBYU6n78jugEEvh5Z4r1nri5K6CftljPv5bsVNkRGscyXpZ-yMNEM0D8YYm0gjKG95VGD3FWGV4krVLbNqkkCq-LuVcjVRtL3cLSkTMrL_ezzio9KXgCXGwNcb5uYaew/s1600/prophecy.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 156px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSPggqS9hJ2nhgBYU6n78jugEEvh5Z4r1nri5K6CftljPv5bsVNkRGscyXpZ-yMNEM0D8YYm0gjKG95VGD3FWGV4krVLbNqkkCq-LuVcjVRtL3cLSkTMrL_ezzio9KXgCXGwNcb5uYaew/s200/prophecy.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5620074118753022738" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /><br />(A iniciação de um pré apóstolo: água, joelho em rosca e febre; química, só após as nove horas)<br /><br /><br />A creolina tratou como<br /><br />dose, o emblema<br /><br />salivar, que deveria ser salvo<br /><br />em memória de<br /><br />Rimbaud;<br /><br /><br />“Dormi aos quilos,<br /><br />cabeça pesada trouxe-me<br /><br />febre”<br /><br /><br />O quadrangular ato “declamar profecias” sugere desordem. Trata-se de “mastigação vascular”. Não havia sequer encordado os pulsos à maneira de Judas.<br /><br />Reinou até sua janela-exclusiva-fora-da-gema-décima-sétima-chuva. A cada gotícula – nova-abertura.<br /><br /><br />“As pernas caem em pé,<br /><br />porque os bíceps dos homens<br /><br />estavam separados dos troncos.<br /><br />Tenho que manter o sol”;<br /><br /><br />A visão tetraplégica<br /><br />Minguou consigo as<br /><br />mãos, chaves-verduras e competência:<br /><br />“És preciso que migre Deus<br /><br />para trazê-lo próprio<br /><br />de volta à vida”;<br /><br /><br />Rimbaud-tá-morto.<br /><br />Judas excomunga.<br /><br /><br />Travestir cães eucariontes enquanto<br /><br />o mundo está ardendo,<br /><br />e não culpar “melódico”<br /><br />ao gerir espectral<br /><br />confundes o feto com<br /><br />“parir à mão-falácia”;<br /><br /><br />Disfarças<br /><br />a ligeira extinção:<br /><br />do que vale cortar as mãos fora,<br /><br />pensando em sacrifício, carne,<br /><br />tempero humano e sátira, se “Nimbus”<br /><br />é oratório por dentro<br /><br />de Pedro e seus leões<br /><br />magistrais?<br /><br /><br />(As nove bestas voltaram às tranquilas e desenvoltas frases – acrescentei três:)<br /><br /><br />- Birra do conjunto.<br /><br />- Célebre.<br /><br />- Profetizar espaço.<br /><br />- Mundo-acabar.<br /><br />Rimbaud ingere veneno, observemos.<br /><br /><br />-||-<br /><br /><br />Cataclisma. Invenção e “Aufos”.<br /><br />Os bichos desidratados por<br /><br />sangues. Sem dor.<br /><br />observa-se por Tekir –<br /><br />ao nome da montanha – o<br /><br />que vier de religiosidade<br /><br />incrementa o<br /><br />linguajar-de-pano:<br /><br />§ That fat cigarrete §<br /><br /><br />|--|<br /><br /><br />Movimenta a boca,<br /><br />frenteira rocha,<br /><br />de ré-possível;<br /><br />Noé desembaraça a criação<br /><br />de nova década<br /><br /><br />(Por inventos, remava em sangue)<br /><br /><br />& “Yggur” prazer “movimentício”<br /><br /><br />Os dois nobres cavalheiros<br /><br />já mantém seu fosco rasante<br /><br />“Giacinto, quebras?<br /><br />A dicção Rimbaud<br /><br />processou alumínio;<br /><br />Tragá-lo-ei na volta?”<br /><br /><br />A monstra cessou o que parir. Ungiu o translúcido objeto de nádega. O hummano desdém perdia o uniforme “sente-se”.<br /><br /><br />Retumbou a explicação-em-semi-latim:<br /><br />“Ol mundio – língua desgraça –<br /><br />jirás trendefe;<br /><br />orimás desquigucero”<br /><br /><br />(O portal fechou-se. Coma, segundo os médicos. Cata-vento obsoleto. “Gíria-hydrus”)<br /><br />Detonar Platão e seu raciocínio enxuto. Achar o “suicida diplomático” enfermo. Trazer coragem e meias; obstruir os pés<br /><br />Pedi que me levassem. Os “Tácagros” vendiam cabeças felinas.<br /><br />E o sangue continua pesado; passado tempo fora...<br /><br /><br />“Aturdi, MESTRE!<br /><br />Comeste alma até chegar aqui!”<br /><br />Os chifres “elpucidaram” o<br /><br />apocalipse.<br /><br />Denegrir o funco plasmo<br /><br />da “lenda-Jesus”<br /><br /><br />-||-<br /><br /><br />Enlouqueças, pense que és mundo. Covário em corjas<br /><br />Cintilantes.<br /><br />Emendarei o fel nas construções de paraíso<br /><br />(Rimbaud gargalha. Apaixonou-se por meu fim de sua época.)<br /><br /><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-69458320659000565662011-04-14T09:25:00.001-07:002011-04-14T09:37:04.178-07:00OLHAR DE FURACÃO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHalGUSMtiZb813Fn2P7LBXIqjgZKQzRiVQ4jtyCmbVjPIc2t5nfONKsm-CncFX4YeGMyukH_b_cTFsemJpISSHikpP7MQ5228d01F5d0VZ-QhSxNd0QOEkqqrARKCB7hCw5k1rpJj_pw/s1600/furacao_katrina_580.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5595477866014404658" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHalGUSMtiZb813Fn2P7LBXIqjgZKQzRiVQ4jtyCmbVjPIc2t5nfONKsm-CncFX4YeGMyukH_b_cTFsemJpISSHikpP7MQ5228d01F5d0VZ-QhSxNd0QOEkqqrARKCB7hCw5k1rpJj_pw/s400/furacao_katrina_580.jpg" border="0" /></a> <br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Revi seu olhar </div><br /><div>No olho do furacão </div><br /><div></div><br /><div>Mas resisti </div><br /><div></div><br /><div>Seus lábios Calados </div><br /><div>Fadados a me levar </div><br /><div></div><br /><div>Como um desatino </div><br /><div></div><br /><div>Seu corpo queimava </div><br /><div>No sopro a me entreter </div><br /><div></div><br /><div>Mas me contive </div><br /><div></div><br /><div>Seus lábios falantes </div><br /><div>Falavam palavras pelo ar </div><br /><div></div><br /><div>Me resguardei </div><br /><div></div><br /><div>Refiz meu altar </div><br /><div>No centro do coração </div><br /><div></div><br /><div>E desisti </div><br /><div></div><br /><div>Calados meus lábios </div><br /><div>Deixaram-se levar </div><br /><div></div><br /><div>Pelo desafio </div><br /><div></div><br /><div>Meu corpo teimava </div><br /><div>Seu sopro entrever </div><br /><div></div><br /><div>Lhe contive </div><br /><div></div><br /><div>Meus lábios farsantes </div><br /><div>Caçavam palavras no ar... </div><br /><div></div><br /><div>Me guardei </div><br /><div></div><br /><div>Remei no espaço </div><br /><div></div><br /><div>Mas era tão vago </div><br /><div></div><br /><div>O teu olhar </div><br /><div></div><br /><div>Que nada pude </div><br /><div>fazer </div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div><span style="font-size:85%;"><strong>Jair Fraga & Sonia (Anja)</strong>. Ilustração: furacão <em>Katrina</em>.</span></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-5667954775479108782011-04-09T15:00:00.000-07:002011-04-09T15:22:16.618-07:00O ÚLTIMO ENREDO DE CHICO CHAPÉU<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GreDL68EbahNgTD3xAnZXJd4X1mJ47ojW8ZtwxY_hBLeqHWij9CGY3pSyLniDWhobNPSMJIQH2eOoy4GylOI8akrNK-ApvQc8CiwcGjIpq1FxvLK9JjD7PWbJM_ShJfA6SoUEGbJPQc/s1600/cartola1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593710564695798594" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 397px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GreDL68EbahNgTD3xAnZXJd4X1mJ47ojW8ZtwxY_hBLeqHWij9CGY3pSyLniDWhobNPSMJIQH2eOoy4GylOI8akrNK-ApvQc8CiwcGjIpq1FxvLK9JjD7PWbJM_ShJfA6SoUEGbJPQc/s400/cartola1.jpg" border="0" /></a> <br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>... </div><br /><div>>.</div><br /><div></div><br /><div>Cerrou</div><br /><div>os olhos ontem depois de uma roda de samba , o poeta</div><br /><div>chiquinho, conhecido pela alcunha de chico chapéu.</div><br /><div>o bamba do samba da vela era cobra criada porreta,</div><br /><div>jovem ainda vistoso, maciço de poesia, um bom menestrel.</div><br /><div></div><br /><div>Chico</div><br /><div>tinha aquele andar de onça mansa suçuarana,</div><br /><div>um gingado dançante de asas moles, mas um porte bacana.</div><br /><div>ainda ontem o tinha visto num barzinho, na esquina do molejo</div><br /><div>disse olá para ele e toma-mos uma branquinha com torresmo. </div><br /><div></div><br /><div>No </div><br /><div>morro da malagueta, hoje a dor é mais ardida e veraz.</div><br /><div>no meio da multidão, por entre acenos e lenços brancos,</div><br /><div>escorregava o féretro do poeta Francisco da Silva Ferraz.</div><br /><div></div><br /><div>Foi-se</div><br /><div>o Chico com seu chapéu e sua sombra incandescente, </div><br /><div>iluminado. O nosso faquir africano sambou, brincou e foi brinquedo.</div><br /><div>ao repique da bateria, o morro cantou seu último samba enredo <a href="http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8815921859266519276"></a></div><br /><div></div><br /><div><br /><p><span style="font-size:85%;"><strong>Calaça</strong>. Ilustração: Cartola.</span></p></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-869679644532184382011-03-15T19:05:00.001-07:002011-03-15T19:10:05.824-07:00SONETO IMPERFEITO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUWFgsXoyzPOCGkl8qTqZzAU0nV_bayPbR4aBZcBJGgUp1zntwm09Ef3f0BvREnDMxHVc4VmDovNBxE4qu5MiFwgZhsQFnPEgXpGM4XANudEXJH5wFZUmfqgmJ9-emHe8jonT4f8-Hec/s1600/violino.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5584494109379129746" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUWFgsXoyzPOCGkl8qTqZzAU0nV_bayPbR4aBZcBJGgUp1zntwm09Ef3f0BvREnDMxHVc4VmDovNBxE4qu5MiFwgZhsQFnPEgXpGM4XANudEXJH5wFZUmfqgmJ9-emHe8jonT4f8-Hec/s400/violino.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>Soneto imperfeito</div><div>Gravetos pontiagudos</div><div>Perfeitos, espetados</div><div>No peito do próprio conceito</div><div></div><br /><div>Fazendo do corpo</div><div>Saleiro de sangue</div><div>E na carne que dorme</div><div>O cerne que se consome</div><br /><div></div><div>Mas e a meta do mote?</div><div>A métrica é o norte!</div><div>Enlace com corda puída</div><br /><div></div><div>Sapatos versados de lama</div><div>Perdem-se na ponte caída</div><div>Enquanto se esvai a alma...</div><br /><div></div><br /><div></div><div><span style="font-size:85%;">Daniel H. M. de Carvalho</span> </div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-5901429767235569282011-02-24T17:12:00.000-08:002011-02-24T17:38:00.754-08:00ME PASSA A "MUÇARELA"!...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6HrRQuGnT6dg4tYLT3dxt1CS6U1m1P9eEjBH0fbAUvcsMlFyHohh5aGdsc1Unp1v5xU5Kg5PXLwmIc7OPsXdE2_i9eYaHze1zthgR2hQGatyjujmAbzHnHSCK5AZUmSpGxH1rafCSt6g/s1600/Casal_brigando.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5577432630368911906" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 319px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6HrRQuGnT6dg4tYLT3dxt1CS6U1m1P9eEjBH0fbAUvcsMlFyHohh5aGdsc1Unp1v5xU5Kg5PXLwmIc7OPsXdE2_i9eYaHze1zthgR2hQGatyjujmAbzHnHSCK5AZUmSpGxH1rafCSt6g/s400/Casal_brigando.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>- Me passa a muçarela.</div><div>- hein?</div><div>- a muçarela. Me passa?</div><div>Ela me olhou desconfiada.</div><div>- o que é muçarela?</div><div>- oras, aquele queijo ali.</div><div>Pegou o queijo.</div><div>- isto é mussarela.</div><div>Encrenquei.</div><div>- não! Segundo o dicionário é com cedilha. Muçarela. Me passa?</div><div>- o correto é passe-me.</div><div>Discussão logo de manhã. Haja saco.</div><div>- até o Cartola já teve birra da colocação pronominal. Deixa disso.</div><div>- deixe disso.</div><div>- hein?</div><div>- o correto é deixe disso.</div><div>Tudo bem, é importante unificar a língua, mas convenhamos: frescura é dose.</div><div>- eu tô me fazendo entender? Pára com isso e me dá a merda do queijo.</div><div>- me dê.</div><div>- arrá! – gritei. – é dê-me! O correto é dê-me a muçarela.</div><div>- tome. – ela fechou a cara e bebericou um gole de café.</div><div>Limpei a garganta e fiz meu olhar galã.</div><div>- você vai me dar mais tarde? – cafunguei em sua nuca. </div><div>- vou pensar. – desdenhou. Depois me olhou de cima. – só se você gemer sintática, morfológica e ortograficamente correto.</div><div>Pensei, pensei e respondi: - tudo bem. Agora me passa a mortandela! – e completei. - Você não vai tomar seu "iorgute"?<br /></div><br /><div></div><br /><div><strong><span style="font-size:85%;">Giovani Iemini</span></strong></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-68301139569917045612011-01-23T09:33:00.000-08:002011-01-23T09:43:32.896-08:00A ALMA ESTENDIDA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7vYNNsvFZd-4HyKqfYu8hIRNGsmx9icQk7-M5hVRfgkaMbb2rKG8Yom3qOKfjI2ZrkoI_EGRlegFjsMcKQoF-Pz6x4INkW1BHDUAuV2FJBbCAh3jK0zC13orlBqdHKgkM3d3ZzqBSB_c/s1600/A%252Bcrucifix%2525C3%2525A3o%252Bbranca%252B-%252BMarc%252BChagall.png"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5565437486347231170" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 372px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7vYNNsvFZd-4HyKqfYu8hIRNGsmx9icQk7-M5hVRfgkaMbb2rKG8Yom3qOKfjI2ZrkoI_EGRlegFjsMcKQoF-Pz6x4INkW1BHDUAuV2FJBbCAh3jK0zC13orlBqdHKgkM3d3ZzqBSB_c/s400/A%252Bcrucifix%2525C3%2525A3o%252Bbranca%252B-%252BMarc%252BChagall.png" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>Poemas.</div><div>De que sou feito?</div><div>Ou do que me fiz?</div><div>Sou feito da não comunicação de </div><div>um ser que me levanta na ponte</div><div>do Infinito que nunca passa</div><div>Nem desaparece na contagem</div><div>dos meus dias.</div><br /><div></div><div>Vivo em espaços dividido</div><div>sem quase nada, do que me sobrou</div><div>da alma esticada pelo tempo</div><div>e pendurada em um varal daquilo</div><div>que aprendi no Céu.<br /></div><br /><div><span style="font-size:85%;"><strong>dos Anjos</strong>. Ilustração: <em>A Crucifixão</em>, de Marc Chagall.</span></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-79150494249258184022011-01-11T08:32:00.000-08:002017-03-05T12:34:03.461-08:00A ORIGEM DAS CARTAS DE BARALHO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRAjLk0KLKTgXnwdmxyEzCx9bt3Vh9VWak3NyYN0bu-4sZY-OoEs1asnPQlDbz3CYCNnhx1tW6jetk_F44zUevMhikdqxOA5Sz58ck1Mm1WOGIBoOOnB_iOnRZ4dwRaMUkj2H9PAF-SCw/s1600/bobo_da_corte.JPG"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5561304513149506946" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRAjLk0KLKTgXnwdmxyEzCx9bt3Vh9VWak3NyYN0bu-4sZY-OoEs1asnPQlDbz3CYCNnhx1tW6jetk_F44zUevMhikdqxOA5Sz58ck1Mm1WOGIBoOOnB_iOnRZ4dwRaMUkj2H9PAF-SCw/s400/bobo_da_corte.JPG" style="cursor: hand; float: left; height: 400px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 242px;" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<em>Alea Iacta Est - A sorte está lançada!</em><br />
<br />
<strong>Júlio César</strong><br />
<div align="justify">
<br />
Muito se diz sobre a origem das cartas de baralho. Uns dizem que é cigana, outros defendem que é hindu, a versão mais aceita pelos estudiosos é de que é egípcia, mas vou mostrar aqui uma versão pouco conhecida. Por volta de 1200, existiam quatro pequenos reinos na Europa central, que tinham em seus brasões e bandeiras, respectivamente, um dos quatro naipes das cartas de baralho: o reino de <em>Paus</em>, o reino de <em>Copas</em>, o reino de <em>Espadas</em> e o reino de <em>Ouros</em>. Todos três igualmente fortes e hostis entre si, mas com características distintivas bem marcantes.<br />
O reino de <em>Paus</em> era o menos rico entre eles, porém o mais virtuoso. Seu rei era um homem devoto e corajoso, que desposava uma rainha virtuosa e fiel ao marido. Seu valete era cavaleiro sagaz e leal a seu rei, e sempre estava acompanhado do ás, um jovem destemido e bom de briga. O reino era essencialmente agrícola, mas sua economia era estável _sobressaindo-se a produção vinícola _e os súditos amavam seu rei. O Natal e a Páscoa era lindamente festejados no reino de <em>Paus</em>.<br />
O reino de <em>Copas</em> era mais rico e opulento. Seu rei era um glutão orgulhoso e alcoviteiro, que possuía um verdadeiro harém com muitas concubinas. Desposava uma rainha voluptuosa (ex-prostituta de luxo) e infiel. Seu valete era um galanteador de quinta categoria, que mantinha um caso velado com a rainha. Seu companheiro de farras, o ás, era beberrão, jogador e mulherengo cuja única virtude era saber lutar. Era ele quem valia o valete, quando este tinha de se confrontar com os muitos maridos traídos, que frequentemente o flagravam em delito com suas esposas. De resto, a economia do reino era em parte agrícola, em parte mercantil, destacando-se a produção de frutas, a salsicharia e... a prostituição, é claro!...<br />
O reino de <em>Espadas</em> era uma tirania. Seu rei era homem soturno e cruel, desconfiado e sanguinário, que desposava uma rainha má e ardilosa. Esta tinha como fiel criado e amante, o valete, que era um assassino e torturador profissional. O ás era um bandido sórdido e desclassificado, que fugira das masmorras do reino de <em>Copas</em>. A economia do reino era instável, devido à exploração ostensiva dos súditos, com pesados impostos insidindo sobre camponeses e mercadores. Fora isso, as obras do reino eram realizadas pelo trabalho escravo dos muitos presos políticos. Estes, quando conseguiam fugir, pediam asilo ao reino de Paus, que sempre lhes concedia.<br />
O reino de <em>Ouros</em> era o mais rico e poderoso entre todos. Seu rei era homem elegante e ambicioso, perito em negociações comerciais. A rainha era mulher refinadíssima, de alto trato social, que sabia dissimular, como ninguém, o caso que mantinha com o valete _que era um jovem galante e conhecido por seu talento alcoviteiro, assim como pela arte da esgrima. O ás era um mercenário conhecido, veterano de muitas batalhas, bem treinado na arte da espada, mas cioso dos butins de guerra. A economia do reino era essencialmente mercantil e seu povo era rico e orgulhoso.<br />
As terras férteis do reino de <em>Paus</em> eram cobiçadas pelos outros três reinos. O reino de <em>Copas</em> invejava e rivalizava com o reino de <em>Ouros</em> e o reino de <em>Espadas</em> ambicionava tomar todos os outros três, assim como fomentava saques e ataques contra os demais. Sendo assim, as guerras eram frequentes. Quando os quatro reinos combatiam em campo aberto, faziam <em>batalha</em>. Quando armavam emboscadas, fazíam <em>buraco</em>. Quando se defendiam de assaltos de surpresa e cercos, faziam <em>pif-paf</em>. E quando só os acordos e indenizações resolvíam a guerra, faziam <em>poker</em>. Todos os quatro reinos se equiparavam em <em>batalha</em>. O reino de Espadas era expert no <em>buraco</em>. O reino de <em>Paus </em>era imbatível no pif-paf. Os reinos de <em>Copas</em> e <em>Ouros</em>, sempre preferiam resolver tudo no poker, sendo que o reino de <em>Ouros</em> era, indiscutivelmente, o melhor nesta estratégia.<br />
Porém, todos os quatro reinos, em certo momento, possuíram algo em comum, sem que o soubessem: o mesmo bobo da corte. Este era um espertalhão de origem desconhecida, pois há quem defenda que era francês, outros, italiano. O fato é que era o <em>pivot</em> de muitas guerras _tanto como causador, quanto como apaziguador dos conflitos _servido sempre de intermediário e agente duplo entre os quatro reinos. Um belo dia, foi descoberto pelo astuto rei de <em>Espadas</em>, que o condenou à uma morte lenta e cruel: a roda! Levado ao calabouço, porém, subornou os desleais guardas do rei chamando prostitutas amigas suas. Segundo testemunhas, fugiu da prisão pelos portões da frente, vestido de mulher. Ainda suplicou por asilo ao rei de <em>Paus</em>, mas este não o concedeu.<br />
Dizem que foi para a França, junto com um grupo de ciganos. Lá, teria confeccionado as cartas de baralho, para poder sobreviver de jogo e adivinhações. Baseou então seus naipes nos próprios símbolos heráldicos distintivos dos quatro reinos. Assim como desenhou os reis, valetes e damas, tomando como modelo as próprias pessoas que conhecera. Por algum motivo, nunca quis desenhar os ases. Ele também confeccionou as cartas de <em>Tarot</em>, em agradecimento aos ciganos, que o ajudaram a fugir. Teria inventado também todos os jogos de baralho, baseado nas estretégias usadas pelos quatro reinos.<br />
Não se sabe exatamente como morreu. Alguns defendem que morreu pobre, doente e faminto, pedindo esmolas como mendigo, uma vez que de tal forma ficara conhecido como vigarista, que ninguém mais nele acreditava. Outros defendem que fora finalmente delatado aos agentes do rei de Espadas, que o teria assado, aos poucos, em óleo fervente. Seja como for, este esperto e vaidoso bobo ainda nos legou uma última herança, de sua ardilosa vida: o coringa! Que dependendo do jogo, pode valer tudo!... ou pode valer nada!...<br />
<br /><br />
<br /></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-size: 85%;"><strong>Marcelo Farias</strong> - <em>Estórias de Vovô Celestino</em>. </span></div>
MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4304485347622967731.post-43913274968736684372011-01-08T08:20:00.000-08:002011-01-08T08:28:54.825-08:00O FORMIGUEIRO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidlx3YjOfFNAh1YS7FfcDcgQnUy5U3267u4MOVlAIpeB-MUt3Z4yWeY_fvZVrHoSaFlxdxg4R9yk3JumT1txc5KaciuOmGWbsUDUhjNEbyat9bgL52OjDsMZ0IpqnRSem1CRzvp5YJrAo/s1600/1.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5559852573529463666" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 283px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidlx3YjOfFNAh1YS7FfcDcgQnUy5U3267u4MOVlAIpeB-MUt3Z4yWeY_fvZVrHoSaFlxdxg4R9yk3JumT1txc5KaciuOmGWbsUDUhjNEbyat9bgL52OjDsMZ0IpqnRSem1CRzvp5YJrAo/s400/1.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div align="justify"><br />Introduziu o dedo anelar no orifício, sentiu arder, mas não se deteve, cutucou de um lado, cutucou do outro, sentiu o calor subir-lhe, continuou, forçou de um lado, agora, do outro, sorriu, nada mais, retirou o dedo, cheirou, introduziu sorrindo novamente, fez movimentos giratórios, movimentos que alargaram o pequeno e apertado orifício, sorria largado, com que um sem culpa de nada.O sol se firmava sobre sua cabeça, abertamente quente, estampado como que todo num céu extremamente azulado, desanuviado.Um cheiro de coisa azeda pairou no ar, retirou novamente o dedo, coberto por um musgo escuro, o cheiro era agora insuportável, mas não o suficiente para impedi-lo de continuar seu ato.<br />O odor atingiu a casa, espalhou-se pelos aposentos, encontrou a cozinha, o fogão à lenha, o cozido escureceu, na janela de fronte ao poço, as violetas murcharam, o cavalo no estábulo do outro lado do quintal de terra relinchou, o homem de joelhos tateava o chão desgramado, desgramado nesse sentido não vem da palavra desgraça s.f. 1 infelicidade 2 calamidade 3 falta de consideração, reconhecimento – desgraçar (v. trans. e pron.), desgramado não é pessoa desgraçada, o prefixo des – latino – neste sentido vem de ação contrária àquela de sentido primitivo, gramado vem de grama designação de várias plantas forrageiras, ornamentais ou medicinais, do latim gramma..., claro que todo cidadão campesino ou citadino sabem perfeitamente disso, o chão estava desgramado a tal ponto que parecia a ovelha nua de lã em verão prematuro. Pois bem, o homem tateava o desgramado chão, como quem o tateia a procura dos óculos, ou tostão caído, por fim, sua mão encontra novamente a elevação, após encontrar a elevação deparasse com o orifício por ele alargado.<br />Introduziu o outro dedo anelar, e em forma de boticão alargou mais e mais o orifício no topo do pequenino monte de terra, alargou tanto que foi o suficiente para introduzir sua cabeça até os ombros, depois disso em movimentos giratórios, como o inverso de um parto, entrou os ombros e o do tórax para as pernas foi tudo mais fácil.<br />Como se fosse uma enorme minhoca foi o homem pelos conduítes sob terra, alargando os pequeninos canais construídos pelas formigas minúsculas, quanto mais se contorcia mais descia e mais descia, até que por fim encontrou-se em uma enorme galeria privada de luz, seus olhos depois de dias submerso na escuridão da terra, deram-se ao costume e sua visão tornou-se gradativa, ao passo que como um animal de hábitos noturnos passou a enxergar perfeitamente, duas bolas amarelas pregadas ao rosto sujo de terra, quando fome sentia, roia as raízes, e se sede tivesse, a umidade da terra ao esfregar do corpo o saciava, na enorme galeria deparou-se com as formigas sentinelas, que depois de interrogá-lo o levaram até sua majestade.<br />Uma vez diante a majestade o homem, ou minhoca, ou homem-formiga, ou homem-minhoca, ajoelhou-se. Magnificamente lá estava ela com seu enorme útero, fértil, carregado do mais delicado brilho, vital, vida, cheia de um quer que seja de sedutor, ele sentiu mais e mais o cheiro azedo que sentira quando estava tateando o desgramado solo de sua vida, uma lágrima vermelha escorreu de seu enorme olho amarelo, a rainha caminhou desajeitadamente em sua direção, estendeu-lhe a mão e foram a parte privada.<br />Ele a cobriu, passaram o restante daquela tarde se amando, como dois seres repletos, transbordantes do mais delicado amor, afinal descera ele aos subterrâneos da terra para encontrar seu grande amor (isso me lembra Orfeu...), depois de algumas horas ela carregada de larvas caminhou à outro canto da cova, e lá os depositou, ele deitou-se de lado, sem perceber, e, adormeceu.<br />As crias famintas procuraram o alimento que a rainha, supostamente havia deixado, não encontrando se deparam com o pai, rei e genitor de seus transparentes corpinhos, e dotados da suma ignorância devoraram-lhe até os ossos.</div><br /><div></div><br /><div></div><div><strong><span style="font-size:85%;">Flávio Mello</span></strong></div>MARCELO FARIAShttp://www.blogger.com/profile/01552924257352940205noreply@blogger.com2