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Cerrou
os olhos ontem depois de uma roda de samba , o poeta
chiquinho, conhecido pela alcunha de chico chapéu.
o bamba do samba da vela era cobra criada porreta,
jovem ainda vistoso, maciço de poesia, um bom menestrel.
Chico
tinha aquele andar de onça mansa suçuarana,
um gingado dançante de asas moles, mas um porte bacana.
ainda ontem o tinha visto num barzinho, na esquina do molejo
disse olá para ele e toma-mos uma branquinha com torresmo.
No
morro da malagueta, hoje a dor é mais ardida e veraz.
no meio da multidão, por entre acenos e lenços brancos,
escorregava o féretro do poeta Francisco da Silva Ferraz.
Foi-se
o Chico com seu chapéu e sua sombra incandescente,
iluminado. O nosso faquir africano sambou, brincou e foi brinquedo.
Calaça. Ilustração: Cartola.
2 comentários:
Cartola o recebeu, ao lado de Xangô!
obrigado Marcelão, por publicar
mais um poema meu em teu blog!!
Bento Calaça!!!
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