sábado, 27 de outubro de 2007

Como um Vulto Perdido























Sou como um vulto perdido que espreita a luxúria
Em cada esquina imunda da cidade amarga e obscura.
Pernoito com o gosto do álcool e do beijo perdido
E mergulho em camas sujas com o corpo ferido.

A angústia enamora-me em crasso coito
Em gestos apáticos de um perdedor afoito.
Sou um poeta caótico, desiludido por este mundo-cão,
Buscando na carne a minha vã reflexão.

Gozo com o sangue sacrílego de meus desejos
Na língua profana de minha poesia maldita
Que vomita em meus versos um anjo caído.

Penetro embriagado na insatisfação eterna
Na busca por cousas que já não mais existem
Dentro de meu frio, turvo e herege coração.



Do livro Orações Licenciosas de Romulo Narducci.

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