sábado, 30 de agosto de 2008

EU, VESTIDO DE BRANCO

















Olá, minha morte!
Como andaste sem meu pés?

Anderson H.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ANJO PROFANO





















Faze em mim a tua vontade
e me coloca no choque

da coincidência
do evidente desejo

na face a face

da colisão dos sentidos
que não se desviam
e se deixam.

Cola teus olhos aos meus
e te encontro aqui dentro

da iminência
do silêncio e gozo.

Faze em mim

em verso físico,
entre minhas pernas,
tuas rimas, meu anjo!



Ivonefs.

domingo, 17 de agosto de 2008

Mascarar

optei pelo disfarce
em minhas contas não conto a verdade
consta que procedo correto

decido a ludibriar o que sinto e penso
(e só de pensar me vem a máscara)
finjo que tudo é etéreo
e que a vida é bonita

de nada vale a carícia
quando precedida pela, e precedendo a explicação
vale o gosto que não se prova
vale a dúvida que não esmorece

o disfarce é a maneira covarde de anunciar tristeza
a que não se anuncia ao primeiro olhar
e tudo passa por belo
por proveitoso
e aceitável

quando me vires novamente
não me digas a verdade
essa serve ao que não anseia e não vive
digas o que faz bem
e assim talvez o disfarce desfaleça

sabes bem que em meu peito bate disfarçado um luto
a luta perdida no afastar-se
na diferença

se eu me chamasse cômodo
e o mundo fosse em camadas
esperaria
esperaria
esperaria

e fico aqui
um eterno dissimular das sensações que não raciocino
elas são meu ser e minha ausência
de pecado e de vivacidade
e que só me serviram para não viver
viver

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

DO LADO DE FORA




















num certo caso,
perde-se o senso,

perde-se o tempo
nas filas de espera,

ociosas horas
de olhar vitrines

de andar sem rumo
e não tomar tento.

São horas mortas,
não tuas,
são doloridas e disfarçadas.

São horas cruas
que como em jejum.



Ivonefs.