Com postura nada tímida
ela insistia em olhares insinuantes,
que eu percebia
a cada alçar das pálpebras.
Era mais baixa que eu
que me equilibrava em salto.
Ensaiava um ar submisso
que chegou como emboscada.
E isto ao invés de me fazer Golias,
me tecia átomo.
Ínfima!
Miseravelmente ínfima!
Quando eu sem pedir licença invadia as luzes e seus lares,
os carros e seus sonhos,
os concretos e seus abstratos,
ela sedutora profissional me flertava,
me rondava,
me pedia.
Eu sabia de sua ausência de castidade
e de todos os seus amantes.
Meus pés fizeram-se nus
num ímpeto,
minhas pernas se distanciaram
para tal senhora deslumbrante.
E eu amei São Paulo
com toda intensidade.
Barbara Leite
2 comentários:
Safo!
Mto bom este poema, a surpresa do final.
flow!!
Postar um comentário