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Enfeitava-se pondo nos cabelos,
folhas miúdas e rosas vermelhas,
colhidas nos quintais das velhas casas
reconstruídas após os temporais.
Havia pequenas estrelas bordadas nos vestidos.
Saía às ruas antes antes do meio-dia,
e distraída, não percebia desejos
deslizando no ar.
Os olhos guardavam lembranças de amores
ocultos na poeira dos desertos.
Um dia, quase ninguém falava da moça.
Os mais curiosos e sensíveis,
ouviam murmúrios, assobios,
e sons de tambores.
O sol iluminava as cortinas,
a moça, filha da aurora,
encontramos dormindo
lá dentro, no fundo da alma.
Raimundo Lonato
2 comentários:
Parece lenda de cidade provinciana. Delicado e misterioso.
aproveitei e coloquei o bacanal entre os parceiros do bar do escritor em
www.bardoescritor.net
[]s
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