Quebra-me em três oitavos
e diz que está tudo lindo,
que o passo não é tão fundo
e as águas não são rasas.
Para tua informação,
eu preciso que me cavem
como enfiam o dedo no bolo
da gula coletiva.
É preciso que me deixem à deriva
nas senhas das bocas fechadas
_um segredo sussurrado
e lavagem estomacal periódica
na surdina.
Se o fixo perguntar por mim
diga que flutuo,
que do certo
não me asseguro e, por favor,
cava-me.
Deixe que as asas nasçam entupidas
e as cores transbordem translúcidas.
As nascentes de marasmos
e a vadiagem nas pegadas
_o torto no seu mais sincero sorriso _
evitando as minhas trapaças
e os pássaros alucinatórios
nos divãs sambistas.
As pétalas cruas nos olhos.
Não evites o sétimo solo!
O olhar enviesado,
as unhas na terra,
a cama de cratera
_dormitório de toxina.
Rita Medusa.
2 comentários:
Rita... será possível definir-te?!...
LINDO!!!
=]
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