sábado, 6 de dezembro de 2008
Construção
Resta, como não há esperança, o descuido
os homens põe-se a sonhar
e acabam desdobrando a vida
em pedacinhos de cimento
e descuidam da certeza
Eu, que há muito não vejo janelas,
faço força rumo ao teto
minha parede e poucas manchas
mas existem
pois descuido também
As manchas de minha parede são reflexos
dos meus descuidos e dos desdobramentos da vida
que, ainda em pedacinhos, são cimentos
em formas ignoráveis
sandias
assustadas
feliz será o dia em que a morte não fizer sentido
ao menos aos desdobrados
que do cimento sairão coroados
com a simplicidade do cimento em forma
eu continuo o mesmo
olhando minha parede e minha vida
não faz sentido
mas, ao menos, está em quadradinhos
todos aceitáveis
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Um comentário:
Zé... Tu é foda!...
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