Teu sorriso mordeu minha alma,
raiva prenunciada,
espuma vermelho-prateada,
cachorra louca a arder nas noites de verão!
Os visinhos me atiram coisas
quando subo no telhado
para uivar o amor maldito.
Ouço de harpa no teu grito
e ganidos de motores
na minha respiração.
Tudo em tom maior,
em uma valsa para as estrelas,
dose alta de delírio diário,
escárnio e confissões
(o que move
e dá sentido!),
pele, que escama virgem.
Saio de mãos dadas com Freud pela rua de terra.
Brincamos no barro
e ele explica que nem tudo
tem explicação.
Choro charutos dourados que me baforam.
Vazo poesia pelos poros,
a imundície lírica me entorpece
e me cala a boca cheia de formigas.
Túnicas e dedais.
A princesa se enforca na torre.
A solidão a levou à roda-gigante.
Preferiria me jogar,
o vôo é minha predileção.
Rita Medusa. Ilustração: cena de Maldito Coração, de Asia Argento, 2004.
Um comentário:
Loucura pouca é bobagem... Delirante!!!
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