As ruas - pintadas de negro.
Meus olhos - pintados de branco.
Branco meus olhos negros
nessa rua de branco.
Todo branco, vermelho,
mais que negro, duplicado
dois aziagos negros:
um vermelho e um manchado.
Fossem seus cabelos negros
brancos, como ainda são;
num futuro hei de vê-los
brancos de um negro vão.
Todo azul, se vermelho,
é um azul mais maduro.
Como o céu que é vermelho,
já sem futuro algum.
Todo espelho é mais velho
que seu dono - absurdo
é não ver que o espelho´
é duplo em tudo.
Já meu peito é mais velho
que sua jaula no mundo
o tempo de pensamento
é claro-escuro.
Meus olhos - pintados de branco.
Branco meus olhos negros
nessa rua de branco.
Todo branco, vermelho,
mais que negro, duplicado
dois aziagos negros:
um vermelho e um manchado.
Fossem seus cabelos negros
brancos, como ainda são;
num futuro hei de vê-los
brancos de um negro vão.
Todo azul, se vermelho,
é um azul mais maduro.
Como o céu que é vermelho,
já sem futuro algum.
Todo espelho é mais velho
que seu dono - absurdo
é não ver que o espelho´
é duplo em tudo.
Já meu peito é mais velho
que sua jaula no mundo
o tempo de pensamento
é claro-escuro.
Adriano Furtado. Ilustração: vitral - foto de Gilson Camargo.
Um comentário:
Adriano, você é um louco divino!
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