Bye, bye, miss american pie...
American Pie - Don McKlin, 1972.
A equipe técnica é moderna demais
olhando o mundo detrás
dos óculos de aros grossos
de cientista no senso.
A Lua é a nova morada
do homem,
da NASA,
do casal de namorados,
ou, mais acertado,
dos lunáticos de plantão,
já que o mundo virou delírio
e tudo é muito impreciso,
como a moda que virou do avesso
e ninguém sabe pra onde vai.
Sim, tudo é futuro!
Tão futuro como num sonho.
O futuro chegou e abriu a porta,
entrou sem bater e sentou-se à mesa,
ultramoderna, com cadeiras de plástico.
A ceia é o passado e o presente,
servidos à moda da casa,
que já não tinha endereço,
"Não tinha teto, não tinha nada!",
como Vinícius cantava, na sua Arca...
E o que será o amanhã?
Incógnita indisponível!
Indiscutível, imponderável.
Improvável como um sorriso
do século XVI.
O mundo se dissolveu...
_E se dissolverá mais?
_E se transformará mais?
E mudará mais e mais
até acabar explodindo?
Até acabar se fundindo
numa chuva de napalm,
num grande Vietnã,
numa guerra nuclear?
Destruindo tudo e todos,
destruindo o tempo,
o futuro,
o agora,
o pra sempre?!
Para sempre!...
...........................
1970 é passado!
Acabado!
Mudado!
Passado...
"O sonho acabou!"
O mundo mudou!
Com o "futuro"... mudou!...
Marcelo Farias - Ultramodernidade. Ilustração - capa de Abbey Road, The Beatles, 1969.
Um comentário:
mais que bonito!
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