terça-feira, 8 de julho de 2008

MULA SEM CABEÇA
















Naquela manhã, o povo do Vilarejo de São José da Serra, teve uma surpresa que ficaria na memória de todos, por décadas. Sob o barracão da Igreja, repousava o corpo nu, do jovem seminarista que vivia na cidade há quatro meses. Sua cabeça estava rachada, na altura da testa e seus braços e peito, traziam marcas de potentes cascos de cavalo. Sobre seu corpo, no telhado do galpão, telhas e madeiras apresentavam sinais de queimadura em apenas uma pequena área.
Uma jovem moça morena, chorava, sentada ao lado do corpo. Nua e cheirando a fumaça, ela trazia as mãos cobertas de sangue e massa encefálica. Seus olhos castanhos brilhavam num misto de alegria e libertação. E pelo resto de sua vida, ela nunca mais proferiu uma única palavra. No quarto do seminarista estavam as roupas dele e da moça. Sobre a cama, um exame de gravidez, no nome da moça, constatando que a gestação já passava dos 100 dias. Nenhum animal eqüino foi encontrado num raio de 10 quilômetros do local do ocorrido e o jovem rapaz, que se preparava para os votos perpétuos, vinha há dias, tentando terminar uma carta de desistência para o bispado local. O que realmente vinha acontecendo nos últimos quatro meses e o acontecido naquela noite, se tornaram o maior mistério da história do lugarejo.



Beto e Fernanda Reis.