domingo, 25 de abril de 2010

SAGRADA PROSTITUTA























Santa puta envolta em seu hábito,
Profane as hóstias e vinho,
E masturbe-se com seu crucifixo.
Pois toda essa farra é nossa.

Minha sagrada prostituta,
Suba libidinosa ao altar católico,
Tornando-o em nossa alcova
Para que nossas carnes se unam.

Seja transgressora e pervertida,
Esqueça o pecado e o puritanismo,
Provoque-me com suas curvas
Tão sedutoras de fêmea.

Dama herege, largue sua castidade
Dispa-se de dores e pudores
Nesse culto lascivo ao meu falo,
Que virou seu maior ídolo pagão.


Mensageiro Obscuro

sábado, 24 de abril de 2010

PRIMEIRO VERÃO























Eu estava super cansada, com fome e morrendo de calor, fora que aquela ultima aula tinha sido muito chata. Prometi a mim mesma não fazer mais curso de férias. Estava louca para chegar em casa e tomar um longo banho.
Fui entrando no apartamento e logo de cara encontrei meu primo Icaro, que estava passando as feias com a gente.
_ Oi! Olha só, tô de saída...
_ Pra onde você vai? _perguntei
_ Jogar futebol na praia. Tem comida na geladeira.
_Ei! Cadê meus pais?
_ Ah, eles saíram e disseram que só chegam à noite. Tchau!
_ Tchau.
Então eu estava só em casa. Descidi que primeiro tomaria um banho e depois comia alguma coisa. Fui para o meu quarto, tirei minha roupa, peguei uma toalha e coloquei para tocar o meu CD favorito bem alto. Entrei no banheiro e não me preocupei em fechar a porta já que estava sozinha em casa, e com a porta aberta eu podia ouvir o som.
Comecei a tomar meu banho, lavando meu cabelo e ensaboando meu corpo enquanto cantarolava algumas musicas e dançava bem devagar. Para um dia quente a água estava numa temperatura perfeita.
Até que quando virei na direção da porta para que a água caísse sobre minha cabeça, dei de cara com um Icaro me olhando assustado e com um grande volume na bermuda. Acho que nos olhamos por poucos segundos, até ele conseguir sair do aparente transe e se esconder encostado na parede.
_ ICARO, VOLTA AQUI _gritei.
_ Ju, olha... me desculpa, eu só... _ele apareceu de novo na porta e enquanto falava não tirava os olhos dos meus seios _só tava passando pelo corredor e a porta estava aberta, e eu vi você, quer dizer, eu não vi você, eu só...
_ Hahahahahaha! _não me controlei e ri bem alto.
_O que? O que foi? _só então ele olhou para o meu rosto.
_ Icaro, você é virgem!
_Claro que não sou!
_Ah, qual é!? Então por que tá tão nervoso assim?
_Porque... porque você é minha prima, ué.
_Então fala a verdade pra mim. Eu conheço um virgem quando vejo um. Você é, não é?
_Tá, tá legal, eu sou...
_E quantos anos você tem mesmo?
_Quinze
_Haha! Tá na hora de perder isso aí, heim.
_Eu sei tá legal... é só que... _e ele voltou a olhar para os meus seios como uma criança que olha para um doce, e a boca enche d’água.
_Vem cá.
_O quê? _ele voltou a olhar para mim, assustado.
_Anda, vem cá. Pode tocar neles se quiser.
_Err... Júlia... olha...
_Qual é o problema? _comecei a me acariciar passando o dedo pelo mamilo molhado enquanto a outra mão descia pela barriga. _Você vai só tocar neles.
_ Tá, tá legal...
E ele veio até mim, como uma criancinha com medo de experimentar algo desconhecido, mas mesmo assim com desejo nos olhos. Estendeu a mão e tocou de leve meu mamilo, ainda receoso. Eu lhe puxei pela camisa para entrar em baixo do chuveiro junto comigo. Fui guiando suas mãos frias pelo nervosismo pelo meu corpo. Seios, barriga, bunda. Até que percebi que suas mãos já estavam quentes e ele explorava meu corpo sozinho. Então usei as minhas mãos para tirar sua camisa molhada e abrir o velcro da sua bermuda, que por pouco não se abriu sozinho, para então puxar ele para mais perto de mim e beijar a sua boca rosada.
Ali encontrei o homem que procurava. Naquela boca que ansiava pela minha e pelas outras partes do meu corpo também. Enquanto o beijava, meti a minha mão dentro da sua cueca para acariciar o seu pênis, que enrijeceu ainda mais. Então ele criou coragem e começou a acariciar a minha vagina também. Ficamos nos beijando sob a água e trocando carícias até que ele me encostou na parede e fechou o Box. Levantou minha perna com uma mão de modo que nos encaixamos encostados ali, e com a outra acariciava meus seios enquanto me beijava. Então sua boca foi descendo até que encontrou meu seio e fez o que uma criança sabe fazer. Vez ou outra olhava para mim, e eu o encorajava incitando-o ainda mais. Continuou descendo até chegar a beijar minha barriga e foi descendo mais até que parou no meu ventre.
_Posso... posso chupar você?
_Já fez isso antes?
_ Não, nunca.
_Então fique a vontade _ri e ele riu de volta.
Ele se ajoelhou e colocou uma perna minha sobre o seu ombro, acariciou minha vagina com a sua mão, sem saber ao certo onde acariciar. Segurei a sua mãe e a guiei até o clitóris.
_Aqui, bem aqui.
_Tá _assentiu.
Comecei a gemer quando ele me tocou no lugar certo, e gemi mais alto quando senti sua língua quente me chupar e passear pela minha vagina. Tive que me segurar e me equilibrar quando cheguei ao primeiro clímax. Então ele foi subindo com beijos até chegar à minha boca e me fazereu sentir o meu gosto.
_Sério, nunca fez isso?
_ Nunca. _disse sorrindo
_Agora quero que você meta em mim. Acho que você consegue me segurar, não consegue? _falei passando a mão pelo seu corpo.
_Consigo.
_Então tá.
Levantei primeiro uma perna e disse para que ele metesse em mim, e assim ele o fez. Depois levantei a outra perna e ele conseguiu me segurar. Passei minhas pernas pela sua cintura, os braços ao redor do seu pescoço e beijei sua boca molhada.
Estávamos ambos ofegantes agora. Eu mordia seu ombro e acariciava seus braços fortes, e ele ia metendo em mim cada vez mais, enquanto passava uma mão pela minha bunda e mantinha seu rosto enterrado no meu pescoço vez ou outra me beijando.
Então ele passou a investir em estocadas mais fortes e rápidas e minhas pernas começaram a se afrouxar ao redor da sua cintura.
_Segura em mim. Droga, Ju. Se segura em mim! _dizia ele no meio dos meus altos gemidos.
Forcei a me segurar nele novamente, até que não consegui me conter mais e gozei novamente, chegando ao clímax novamente. Percebi que ele também tinha gozado quando começou a me soltar lentamente no chão e respirava fundo.
Ele se apoiou de cabeça baixa na parede me prendendo entre seus braços e eu o abracei pela cintura. Ele encontrou o meu rosto e me beijou pela ultima vez com um beijo suave de amante sedutor. Agora ele era um homem completo.
_Não foi tão mal para um virgem.
_Posso dizer que tive uma boa professora _disse sorrindo _Esse é o nosso segredo, não é?
_ É. _assenti
_Quantos anos você tem, Ju?
_Dezoito.
_E é virgem?
_Com certeza não _eu disse rindo e enfiando minha cara no seu ombro.


Larissa Baker.

sábado, 17 de abril de 2010

MANAUS POSTUMODERNA

















Uma piracema de ofensas
pororocando da boca da piranha,
acorda a vizinhança desnuda
de pés inchados no chão.

Algazarra infantil na estância:
um cachorro varou a maromba,
afogando-se em merda e pavor.
Seus donos coisam na maior zoada.

Dinossauros hidráulicos mascam lixo
nos barrancos da Manaus Moderna,
fazendo dançar barracos pernaltas
e vidas capengas.


Artur Farrapo - Revista Sirrose IV. Ilustração: trecho da Manaus Moderna inundado pela cheia do Rio Negro (a maior de todas!) em 2009.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

DIGRESSÃO 1





















A vida é uma taça de vinho.

Um baile de máscaras,
um arlequim.

Um rei preocupado
entre damas,
valetes,
ladrões.

Pecar é doce,
morrer é fatal:

Somos crianças brincando:
não queremos dormir.

O vinho,
a noite,
o Sol...

Como vampiros pela manhã.

Mascates ao fim do dia.

A Lua fecha os negócios,
abre as bolsas,
os corações.

Miseráveis!
Somos todos miseráveis!...
Brinquedos na mão da Lua,
que toma tostão por tostão...

Será este preço em vão?...