sábado, 12 de novembro de 2011

LOUCURA








Helena Ignez, musa e esposa de Rogério Esganzerla



A Márcio Santana


A loucura bateu na minha cara quando eu nasci.
Ela vinha vestida de vermelho vivo, com um xale azul.
A loucura fazia tudo ser à cores,
de plástico,
blues!...
A loucura estava em tudo, e todos,
Até nos simples casais.
Estava nas pedras, e nas portas,
Nos carros volkswagen,
e na genitália das mulheres.
A loucura fazia crescer pintos e nascer piolhos,
ou seriam pimpolhos?...
de Pintos, Ramos e Carvalhos,
ou seriam CARALHOS? CARALHO!...
O fato é a que a loucura se deu
e desceu bem antes de quando nasci.
A vi de frente e de costas.
Parecia brinquedo eletrônico,
mas falava e andava
e tinha nos olhos óculos grandes,
Ray Ban.
A loucura me disse um monte de coisas.
Veio com um papo errado, cheio de lições,
cheio de palavrões e especulações sobre o que não sei,
pois só o que sei é que ela estava bêbada,
com bafo de drogada!
A loucura é prostituta.
Disso eu sei muito bem.
Só que se veste de dama e se diz:
"Garota de Programa"!
Na sua cama não dorme ninguém,
só chupa!
e só escuta os discos de vinil velhos que ela tem.
A loucura é menina moça que fugiu de casa e brigou com os pais.
Ela não se toca que tem 40 anos!
50 anos...
60 anos!
A loucura não diz sua idade
e por caridade deixei-a dormir...
no chão!...
Foi ela quem pediu.


Marcelo Farias