sábado, 29 de maio de 2010

FONTE DA ANTIGUIDADE
















Uive cão maldito!

Pois a noite não redimiu o dia
e as asas continuam enfermas
e em coma

Continue uivando,

que acentuo a dúvida em Deus
nesta noite isenta da música
da chuva

Hoje é como se fosse oitenta e seis anos

sem baile da saudade
sem unhas feitas
sem necessidade

Insisto no diagnóstico de
Alzheimer pelo menos
agora

Passeio no Parkinson de meus toques
Esboçando-me um sorriso fingido

E tudo isto é porque é sábado
e eu não sei me despir
de minhas muralhas


Barbara Leite

Um comentário:

MARCELO FARIAS disse...

Divino, Bárbara! Divino! (estava com saudades!)