sábado, 5 de junho de 2010

DON JUAN DE SAIA























Me pegou de mão cheia
Dona Joana
Escravizou meu olhar
Me submeteu aos martírios
Mais torpes da carne
Amor cego
Paixão servil
Dona Juana me seduziu
Até meus filamentos
Me botou de quatro
Me introduziu sabores
Lançou-me aos vícios
Depois aos laços
Puxou-me os tapetes
Me deixou aos pedaços
Na abstinência febril
Enlaçou meu quadril
Em movimentos sedentos
Levantou-me as saias
Caiu de boca
Lambeu meus olhares
Até me molhares
Com sua lábia lasciva
Se fez minha Dona
Juana
De chicote nos freios
De frieza voraz
De gelo seco em saliva vulcânica
De desprezo no silêncio da voz
Juana foi meu pior algoz


Tathiana Treuffar

3 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

Simples e intenso.

Tathiana Treuffar disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
MARCELO FARIAS disse...

Já foi trocada.