a Árvore, pobre árvore,
vizinha antiga enraizada no chão do bairro italiano,
guarda ampla visão de meus passos plact plact:
quatro mil
duzentos
e poucos.
penso que a Árvore, pobre árvore,
pelo amor que me tem de graça,
sabe mais das coisas da terra
que das coisas próprias das árvores:
então é seca...
sem pássaros que lhe defequem nos pés desnudos...
Árvore, pobre árvore,
por se importar mais com os buracos,
nascituros
esfomeados
que hão de comer-me
os tombos,
não observa a passagem do tempo.
é como as pombas sonorolentas
que espreitam os suicidas
do parapeito das janelas.
- toda-via, toda-via, não me iludo!
quando desabo num vão de estrada
sei que se ri das raízes à copa!
Anderson H
Um comentário:
Dizer o que?... MÁGICO!
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