sábado, 6 de março de 2010

YEMANJÁ, EM TODA SUA CONCRETUDE DE ESPUMA DO MAR


















Penso que a entidade
levou a flor
que eu estava com medo
de ofertar.
...
Penso que ela aceitou minha humilde oferenda
e veio beijar minhas mãos, em agradecimento,
levando as pétalas.
...
Foi um pacto entre espíritos,
à surdina,
como quem compra drogas ou troca vícios,
só olhares e os dedos entrelaçados.
...
Penso que o espírito saiu do mar,
leve,
e veio buscar aquilo
que eu tive medo de lhe entregar.
...
Ou talvez tenha sido a flor
que, Maria, sem vergonha,
se atirou nos braços do mar.
...
Ah! Yemanjá!
Perdão pela minha timidez.
O mundo todo parecia ouvir os meus anseios
e fiquei muda, assustada, como se fosse uma ofensa,
como se eu estivesse visada.
...
Mas por dentro o coração era sincero,
e a intenção me fez levar a flor
e pisar a areia quente de verão.
...
Oh! Perdão ao fraquejar
no pedido mais importante: Um grande amor!
Só entre estas linhas te posso confessar
o quanto quero oferecer e dar.
...
Ah! Aceite meus brotos como possíveis flores marinhas!...
Meus pés lambidos pela tua suavidade de mar
e minha mão num discreto cumprimento
Foi o que consegui lhe doar.
...
Mas, por dentro,
o desejo salgado de me molhar,
mergulhar, afundar, neste mar de proteção,
Espumar com suas ondas de sensualidade.
...
No fundo o desejo de nadar
e te entregar, pessoalmente,
a mais linda rosa vermelha
Que alguém poderia lhe dar.
...
SALVE RAINHA!...
E obrigada por ter vindo buscar...



Thathiana Treuffar

2 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

LINDO!!! LINDO DEMAIS!!! AVE YEMANJÁ! AVE, MÃE! ACEITA ESTA LINDA OFERENDA!...

Tathiana Treuffar disse...

Que bela surpresa!
Obrigada pela postagem
e pela homenagem!
Fico feliz que tenha gostado do poema.

Beijos,
Tathiana Treuffar.