sexta-feira, 27 de março de 2009

AO MACHADO























Como quem toma vinho
pra ficar embriagada
certa que é passageiro
e o dia seguinte quase nada

Era assim que te gostava!

Feito língua no sorvete
eu te gostava. Falo!
Feito moça indecente
eu te falava. Calo!

Eu te gostava perto do normal
dentro de mim apenas,
como se fosse carnaval

Mas o sol se antecipou ao dia

Feito o êxtase de uma balada
na noite de uma segunda-feira
na alegria da madrugada
e já sofrendo pela terça-feira

Era assim que te precisava

Feito quem chora saudade
eu te precisava. Fato!
Feito fosse realidade
eu flutuava. Ato!

Eu te precisava e não era banal
tão imprescindível
feito rabanada no natal

O dia não lembrou da noite

Como quem encontra realejo
e vendedor de abacaxi
como se todo o antigo peso
fosse perfume de alecrim

Feito sabor de cicatrização
dos dias de espera e ansiedade
Feito calcinha de algodão
eu te gostava isenta de sanidade

Mas a noite lembrou de amanhecer

Eu já te gostava com escândalo

Hoje tudo que posso
É te gostar, sendo eu o sândalo



Barbara Leite

2 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

E quem disse que não há lirismo nos dias de hoje...

regis-pereira.óleo/tela disse...

Blza? bem legal seu bloger, muito bom! abrço.