Como quem toma vinho
pra ficar embriagada
certa que é passageiro
e o dia seguinte quase nada
Era assim que te gostava!
Feito língua no sorvete
eu te gostava. Falo!
Feito moça indecente
eu te falava. Calo!
Eu te gostava perto do normal
dentro de mim apenas,
como se fosse carnaval
Mas o sol se antecipou ao dia
Feito o êxtase de uma balada
na noite de uma segunda-feira
na alegria da madrugada
e já sofrendo pela terça-feira
Era assim que te precisava
Feito quem chora saudade
eu te precisava. Fato!
Feito fosse realidade
eu flutuava. Ato!
Eu te precisava e não era banal
tão imprescindível
feito rabanada no natal
O dia não lembrou da noite
Como quem encontra realejo
e vendedor de abacaxi
como se todo o antigo peso
fosse perfume de alecrim
Feito sabor de cicatrização
dos dias de espera e ansiedade
Feito calcinha de algodão
eu te gostava isenta de sanidade
Mas a noite lembrou de amanhecer
Eu já te gostava com escândalo
Hoje tudo que posso
É te gostar, sendo eu o sândalo
Barbara Leite
2 comentários:
E quem disse que não há lirismo nos dias de hoje...
Blza? bem legal seu bloger, muito bom! abrço.
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