segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

ABISSAL
















Relutância,
sequela sem direito
neste vago dúbio estreito.

Aves no céu!

Falta de ar,
um pombo de ouro,
um lampejo que passa.

Justiça? Injustiça?...

Execução é a loucura
deixando na mão
quando o chão se abre.

A glória é o repouso:
nada de pena,
nem reclamações.

Os mortos são sagrados,
as feridas devem ser cobertas
e a cena se encerra.

Amarga a minha boca
que seja,
não há saber em nada.

Não quero compadecimento,
nem lamentos,
carrego o que me pertence.




Ivonefs.

Um comentário:

MARCELO FARIAS disse...

Às vezes você me lembra fortemente Cecília Meireles. Uma Cecília reinventada.