domingo, 6 de abril de 2008

Anti-Clímax


por que todo samba dá no mar?
na areia boa de não pisar?
e aquela tal de iemanjá
vem de longe abençoar?

queria um samba que sambasse
longe do terreiro onde nasce
onde onda não rebentasse
ah! se aquele sambeiro provasse!

queria sambar o samba improvável
que falasse torto, de automóvel,
rimasse a rima inerrimável,
e, no fim, de melodia imprestável...

ah se o samba tirasse a roda
onde gira a baiana porque é moda,
podasse o pandeiro e não poda
pois não sabe que o ouvido incomoda

fico na esperança de um dia
ter um samba que não traga magia
não fale da noite, ou do dia
e não tenha uma musa Maria!

Um comentário:

Marcelo Farias disse...

Devo dizer que seu poema é, no mínimo, interessante: o anti-samba!