segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DOIS LADOS


















Chove.
Por dentro.

Olho na janela do quarto.
Pressinto:
toda a minha vontade
já vem brincar miragens
vidrando tons de beleza,
companhia e saudade.

Cúmplice desse desassossego,
um relâmpago
trança as cores do firmamento
e as deita
- líquidas -
sobre a pele nua do parapeito.

O céu fica todo aceso
enquanto ouço úmida
a voz do tempo dizendo:

"- Serena, céu!"

(...)

Tudo é só o gosto dela
que veio condensar de pressa
os horizontes da nossa janela."


Cel Bentin

2 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

Quantas vezes não passamos por este temporal?...

bemditorosa disse...

Esse poema do Cel é adorável.