A bailarina dança no tempo um traço feito
a nanquim. Linhas e gestos, sapatilhas e mãos,
vestido feito de luz, cheiro de limão.
A menina baila no deserto árido, não há
vestígio de água nem sinal de contemplação.
Toda ternura do balé é oferecida exclusivamente
ao sol, que tinge sua face plástica com raios carmins.
A noite chega em silêncio, e as estrelas, tantas,
olham melancolicamente pra Terra vendo sua
irmã brilhar com sua solitária biolumenescência.
Do outro lado do mundo na grande cidade,
as pessoas transitam cegas, na mesma calçada,
Fernando Esselin
Um comentário:
Que "viagem" linda!...
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