sexta-feira, 14 de março de 2008

Uma Quarta-feira Atípica














Enfim um acontecimento real que valha a pena ser narrado aqui: A porta da van caiu.
Saí de casa pouco depois das 6:30, entrei e sentei em um dos poucos lugares que restavam no veículo que me leva à cidade de Xanxerê diariamente. Depois de mim, entrou na van outra menina – que devia ter acordado de mau humor – e fechou a porta com tanta força que a mesma caiu. Caiu!
É um daquele veículos brancos, feios, cujos bancos são completamente desconfortáveis. 90° mesmo. A lotação máxima é de 16 pessoas mas, não me pergunte como, acomodamo-nos em 21 alunos lá dentro. Um calor humano do caralho.
Quando ouvimos aquele barulho estranho de “porta caindo”, nos entreolhamos intrigados, sem saber se daríamos uma gargalhada ou nos desandaríamos a chorar, qual a menina responsável pelo feito já fazia.
O motorista resmungou algo que não entendemos (mas que deveria ser uma palavra feia) e saiu de seu lugar para tentar – em vão – ajeitar a porta que se encontrava dependurada. Deixou-a e saiu, rumo à oficina mais próxima. Andados uns 20 metros, a dita cuja caiu de novo. O “motora” rosnou e pediu que alguém a ficasse segurando. Sentou-se perto da pseudoporta um dos meninos do segundo ano.
O motorista ligou para alguém, pedindo que fossem buscar os outros alunos; e seguiu para um lado da cidade no qual eu nem sabia que existia vida. Chegamos à oficina mecânica e em 10 minutos a porta estava em seu devido lugar.
A menina ainda chorava e havia pedido meu celular emprestado para ligar para o seu pai e, nervosa, contar o acontecido.
O clima na van estava tenso há dias e o acontecido seria o fim da harmonia existente (peraí, que harmonia? Aquela van é uma zona, gente. “Aumenta o volume” grita um “coloca o meu cd”, grita outro. “Desliga essa coisa logo” grita outra, no caso, eu). Como os lugares são poucos e o alunos muitos, os menos ágeis ficam nos piores lugares ou nos banquinhos (nome carinhoso dado aos assentos móveis que são colocados nos espaços do pequeno corredor, quando faltam lugares).
Findo o conserto, passamos na casa de uma menina do primeiro ano, onde se encontravam os sete alunos restantes. O engraçado é que não havia mais nenhum lugar vago. Ajeitaram-se como puderam e seguimos, pouco atrasados.
Durante o percurso que leva, no máximo, 20 minutos, passamos por uma camionete em cuja caçamba havia um porco. Um porquinho, assim, rosa. Bonitinho, se não fosse um porco. Foi aí que eu me lembrei que morava, sim, no velho oeste catarinense.
Começou uma discussão entre os alunos que são de colégios diferentes que, como alunos absolutamente aplicados e interessados, queriam chegar atrasados. Como as meninas do segundo ano tinham prova, chegamos ao colégio apenas 4 minutos depois do sinal. E nem deu pra eu matar aula. Mais um dia se passa e há menos possibilidades de eu matar aula até o fim do meu ensino médio.
E mais uma crônica termina sem um final adequado.


- Duda de Oliveira.

Um comentário:

MARCELO FARIAS disse...

E quem disse que a vida não é interesante mesmo quando é uma merda?...