terça-feira, 1 de abril de 2008

A CORDA
















Das órbitas saltavam lágrimas insolúveis e inquietas, depreendidas em desalinho.

Sentia-se acre, mordiscando a língua que gotejava, na gravata cáqui, baba salina. No CD player, arremedos de folk, enquanto se debatia efusivamente e o roxo entoava e delineava a textura dos lábios... faltando-se a si mesmo. O sabor da jaca, do primo porre, o sabor da mãe a catar piolhos. De todas as arestas, odores sucidas encorpavam o ambiênte.

Da parede, Sartre observava tudo, em silêncio.



Muryel.

5 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

Sartre analisando Durkheim.

Ana Kaya disse...

Outra vez, pequenino.

O que é que o pessoal aqui tem que só escreve pouquinho?
Acho que sou eu que gosto de abundância.

Lady Salieri disse...

Sou fã demais demais!

ofilhodoblues disse...

mantendo padrão de qualidade

Ana Kaya disse...

Triste o texto.
Um suicídio é sempre triste.
Soube expressar muito bem em tão poucas palavras.