terça-feira, 9 de dezembro de 2008

IRA DE VERÃO


















Cão furioso,
sarnento, sem pêlos,
que apodrece
babando câncer,

sobe ao pino,
torrando pele e ossos,
irado de ódio,
velando carne

todos os dias
no crepúsculo doente
queima estilhaçada
a cidade de concreto


Calaça. Ilustração: Cérbero - Gustavo Doré.

3 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

Este poema morde!...

Paralytica Geral. disse...

Instigante e marcante...Ótimo!

=]

Ana Kaya disse...

Forte, mas tem hora que chega a ser doce, não sei explicar o que senti direito ao lê-lo.
Realmente é bem forte e diferente.
Gostei bastante
parabéns.