sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Era vidro e se quebrou

O amor acaba. Sempre foi assim e sempre será. O amor se perde, entre os dedos que já não se entrelaçam mais, entre um ou dois passos de dança. O amor desaparece no fundo de uma gaveta e – por mais brega que isso possa parecer – no fundo do coração. O amor amarela, entre um sorriso e um soluço, no meio do filme. No movimento da mão que procura outra mão mas mão já não há. Cadê o amor que estava aqui? O amor encolhe, murcha, anoréxico. Suicida-se enquanto eles dizem “Tão jovem!”. O amor se vai aos poucos, de gota em gota, pálido. Morre de velhice, de obesidade, de preguiça. O amor se vai, assim, leve... escapa, dissolve-se, evapora-se. No susto de um pôr-do-sol interrompido por uma buzina, na serenidade do olhar enquanto as mãos se beijam. O anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas... cadê, meu Deus, o amor?

- Duda de Oliveira.

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