terça-feira, 8 de janeiro de 2008

ANÁLISE























Na vida tudo me foi desmedido e lazarento.
Já fui Deus, e na mesma ocasião, fui criatura.
Fui de lúcido ao louco e do profano ao bento,
Fui na poesia o verso, mas depois a rasura.

Vivi decerto o céu, o nada e o holocáusto,
até ser eu estátua e igualmente iconoclasta.
Vi no meu reflexo a face de Arcos e Fausto,
Mas sem ver se era eu o alívio, ou vergasta.

Assim continuo sem saber meu veredicto,
Aonde termino e por onde o éter rasgou.
Não sei se era menos anjo ou mais maldito.

Sei que fui o nada e eu ao mesmo instante,
e me vendo outrora, hoje lembro que sou,
incognicível e lucidez, num corpo itinerante.



Ossip. Ilustração: quadro de Magritte.

2 comentários:

MARCELO FARIAS disse...

Jovem... você é poeta!... F E N O M E N A L !!!

medusa que costura insanidades disse...

Concordo com vc Marcelo,o Ossip é foda
Li esse no Bar..grande!