sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CASMURRO























Teu dia chora
a inexata geometria
das horas.

Pulsam cavalos
de poeira nas veias tuas
impolutas e secas.

Civiliza teus ossos!
Que confluem pela pele,
dando-te aspecto
de ave de rapina.

encerrada,
enegrecida
pelos adeuses não dados
por amores
não vividos.



Muryel. Ilustração: Machado de Assis em foto de Marc Ferrez, 1890.

2 comentários:

Marcelo Farias disse...

Muryel, você é um grande poeta!

medusa que costura insanidades disse...

"civiliza teus ossos etc,foi de matar de bom
beleza de poema