terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O BAILE























A morta está mansa,
bem contida no gelo
que sobe dos pés
às narinas, cabelo...

Pede uma dança!
à chama da vela
que ao vento balança
entre o azul e o vermelho.

Já na contradança
o sangue é mais lento
a sair pela testa
e a buscar o degelo

da morte que avança
pelo meio da festa
e que some no ralo...

o ralo que resta.




Anderson H. Ilustração: La Magie Noire - René Magritte, 1935.