quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

NÃO FAÇO NADA



















Não me agradeças
Não faço nada
Nada que tenha valor

Só te mostro o que sempre esteve ali
Nenhuma novidade
Desperto em ti o nato
A poesia que já existia
A música, a leveza, a arte
Nada é meu
Nada fiz
Só te mostrei

O que sussurro em teu ouvido
É tua própria composição
E agora danças tua coreografia

Não faço arte
Não faço poesia
Só faço meu trabalho
Fazer-te feliz com tua alegria

Não me chames de poeta
Muito menos de artista
Prefiro operário
Quando muito, artífice
Que lapida a bruta pedra
E desnuda o brilho que sempre havia.



Alexandre Spinelli.