segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

SEXO E ETC...


















Quero borboletas não, nem flores, nem mais promessa.
Quero café e etc.
Troco meu Martini por um solúvel,
insolúvel é você!
E se não se diluirnão diluir meu lado volúvel, doce Martini branco, branca em mim
e diluir-se no seu próprio amargo, adeus.
Deixa eu misturar café na maresia
e a maresia te corroer... Sem proteção de capa
acabar contigo, castigar e não te sobrar nada.

Vem maestro, me doma, me pauta.
Usa essa sua batuta na minha vulva.
Chega assim, igual gole de Rum que nunca bebi
certeiro sem ser mastro.
Entorpece a mente para que eu esqueça o asco.

Vem coração, paixão, vazão, bregas endiabrados de ãos,
néctar vão cheio de imensidão vazia
que irá me livrar de dúvidas, responsável por arrependimentose deixando somente nãos.

Vem que a morte é certa em teia tecida de cetim,
mesmo sabendo do afã da tua vontade.
Mas com variáveis minhas escondendo o sim, escondendo o fim
de quem não quer outra coisa vã
de quem não quer mais nada.

Vem se fazer de querida, meu querido, meu macho.
Vem, esbraveja no meio do meu silêncio
e se entitula, se nomeia incalculável, indecifrável, imensurável,
pois há mentiras sustentáveis.
E há de haver outros pontos em vista, incredulidade.
Voa no mar que sou, mesmo firme continente
e dê braçadas, nadando na minha língua...
Me mima.

Isso. Pensa que sou domável, que irei ceder,
que sou lataque sou dourado falso,
de bijuteria...
Estou frívola feito máscara...
Vem tirar minha casca.
Me cura.

E aí, no seu lamento
chegou a hora.

Entro, enfiando-te inteiro
e te mostro:
Antes, a vontade do corte
durante, a falta de norte
depois, o devaneio da morte.

Agora sai, tira, acabou, esquece a partitura.
deixa eu voltar pro meu Martini,
Não quero repetir essa melodia nem solucionar.
Quero nadar em outro solúvel etc.
Fora.



Denise Machado.